Trata-se dos primeiros mísseis disparados pelo Irão para fora do seu território em 30 anos, desde a guerra Irão-Iraque (1980-1988), segundo a imprensa iraniana.
Os mísseis foram lançados do oeste do Irão "em retaliação" contra os atentados perpetrados a 7 de junho contra o parlamento e o mausoléu do "ayatollah" Khomeini, em Teerão, que fizeram 17 mortos e foram reivindicados pelo Daesh, anunciaram os Guardiães num comunicado divulgado no seu site da internet, sepahnews.
Algumas horas antes, o guia supremo iraniano, o "ayatollah" Ali Khamenei, tinha prometido que o Irão iria "infligir um golpe aos seus inimigos", perante as famílias dos "mártires", nomeadamente dos mortos na Síria e no Iraque, segundo o texto publicado no site.
O Irão está envolvido no combate contra grupos rebeldes e jihadistas, entre os quais o daesh, na Síria e no Iraque, ao lado dos Governos dos dois países, mas foi a primeira vez que foram disparados mísseis de território iraniano contra os grupos jihadistas na Síria.
"Nesta operação, mísseis de médio alcance foram disparados das províncias de Kermanshah e do Curdistão. Um grande número de terroristas foi morto e os seus equipamentos e armas destruídos", lê-se no comunicado dos Guardiães.
O ataque visava "a base de comando e de reunião (...) dos terroristas em Deir Ezzor no leste da Síria", acrescentam os Guardiães da Revolução.
De acordo com a imprensa iraniana, os mísseis percorreram uma distância de 650 quilómetros, passando por cima de território iraquiano para atingir os respetivos alvos em Deir Ezzor.
A televisão iraniana mostrou imagens que identificou como sendo as dos disparos dos mísseis.Após o duplo atentado de Teerão, os Guardiães tinham afirmado que "vingariam o sangue derramado dos inocentes".
No seu texto, o exército de elite iraniano emitiu um aviso aos "terroristas e seus protetores na região e fora da região"."Em caso de repetição destes ataques satânicos contra o povo iraniano, eles deverão esperar a ira revolucionária e as chamas da vingança", advertiram.
As autoridades iranianas acusaram a Arábia Saudita, mas também os Estados Unidos, de apoiar os grupos jihadistas que atuam contra o Irão.
O Irão desenvolveu nos últimos anos um vasto programa balístico com muitos tipos de mísseis, incluindo engenhos com um alcance de 2 mil quilómetros.
O Senado norte-americano aprovou na passada quinta-feira por uma esmagadora maioria uma nova lei para adotar novas sanções contra o Irão, acusado de "apoiar atos terroristas internacionais", e por causa do seu programa balístico.
O Irão condenou na sexta-feira a votação, afirmando que ela é "totalmente ilegal e ilegítima".
"As forças armadas iranianas vão continuar a defender a segurança e os interesses do país", declarou Bahram Ghassemi, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que "o programa balístico do Irão é totalmente legítimo".
Lusa