A denúncia foi feita por Sindika Dokolo na sua conta na rede social twitter, precisamente depois de inaugurar em Luanda, na quarta-feira, um nova fábrica de cimento do grupo que lidera, a Cimangola.
"Inauguro uma fábrica de 400 milhões de dólares [cimenteira em Luanda] , JKabila [Joseph Kabila] faz com que eu seja condenado a um ano de prisão por uma parcela. Senhor Kabila! A sua Justiça será a sua perdição", escreveu.
Publicamente crítico do regime de Joseph Kabila, Sindika Dokolo, relata a imprensa local, foi condenado, à revelia, a 12 meses de prisão por fraude imobiliária por um tribunal de Kinshasa, capital da RD Congo.
Num outro tweet, o empresário congolês, que tem vindo a colocar em Luanda a sua coleção internacional de arte africana, volta a aludir ao investimento em Angola para atacar a condenação em Kinshasa.
"Investi 400 milhões de dólares numa fábrica. Condenar-me por roubar um milhão [de dólares] não é credível", apontou.
Os pormenores deste processo não foram revelados, mas em junho último o principal rival político do Presidente congolês, o ex-governador Moise Katumbi foi igualmente condenado por fraude imobiliária, pouco depois de ter anunciado a sua candidatura às eleições presidenciais no país, previstas para dezembro.
"Devemos encorajar os congoleses na diáspora que são capazes de reconstruir a RD Congo e não enviá-los para o exílio, no medo", atirou Dokolo, num outro 'tweet'.
Este caso, que pode colocar em causa as relações entre os dois países vizinhos, acontece numa altura em mais de 30.000 refugiados congoleses fugiram para o leste de Angola, tentando escapar à violência étnico-política na região do Kasai.
Lusa