As declarações dos porta-vozes governamentais alemães - que pediram a libertação dos ativistas presos na Turquia - são "uma falta de consideração diplomática" e constituem "uma clara intromissão na Justiça", manifesta um comunicado do Ministério turco dos Negócios Estrangeiros, segundo a agência Efe.
O Governo alemão chamou, na quarta-feira, o embaixador turco em Berlim para transmitir-lhe a "indignação e incompreensão" pela "inaceitável" detenção dos ativistas, entre os quais o alemão Peter Steudtner e a diretora da dependência turca da Amnistia Internacional, Idil Eser, sob a "impensável" acusação de que estão vinculados a organizações terroristas.
"Estas declarações são inaceitáveis", sublinha o comunicado, acrescentando que "ninguém deve dar instruções à judicatura".
O texto do Governo turco acrescenta que Steudtner - que foi detido em 05 de julho e passou na passada terça-feira a prisão preventiva - teve, desde o primeiro dia, acesso à proteção consular a que tem direito, de acordo com as normas internacionais.
"Estas declarações põem em relevo, uma vez mais, o duplo critério de quem acolhe com os braços abertos vários membros de organizações terroristas, ao mesmo tempo que tenta impedir que a justiça sente terroristas no banco dos réus", diz o comunicado do ministério turco.
Com a prisão de Steudtner, são nove os alemães - quatro com dupla nacionalidade turca - que estão presos na Turquia, acusados de propaganda terrorista ou de terem ligações ao golpe de Estado fracassado de há um ano, no país.
O caso mais destacado é o do correspondente do diário alemão "Die Welt" Deniz Yücel, detido em fevereiro passado em Istambul.
A Alemanha está a considerar responder a esta situação, intercedendo junto da União Europeia, no sentido da suspensão de certos fundos europeus de apoio à Turquia, no quadro da sua candidatura de adesão à UE.
Lusa