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Porta-voz da Casa Branca demite-se

Sean Spicer abandonou esta sexta-feira o cargo por discordar da escolha de Donald Trump para o diretor de comunicações: Anthony Scaramucci.

A 7 de julho, Sean Spicer abandonou o cargo de porta-voz da Casa Branca por discordar da escolha de Donald Trump para o diretor de comunicações: Anthony Scaramucci.
A 7 de julho, Sean Spicer abandonou o cargo de porta-voz da Casa Branca por discordar da escolha de Donald Trump para o diretor de comunicações: Anthony Scaramucci.
Jonathan Ernst

A agência noticiosa francesa France Press noticiou também, citando fonte próxima do processo, que o Presidente Donald Trump nomeou hoje o financeiro nova-iorquino Anthony Scaramucci, de 53 anos, para o cargo de diretor de comunicação da Casa Branca.

Scaramucci foi visto na manhã de sexta-feira na residência oficial do Presidente, segundo a AFP.

Uma fonte citada pela agência de notícias norte-americana Associated Press indicou que Spicer se demitiu porque está contra a nomeação de Scaramucci para diretor de comunicação da Casa Branca.

O anterior diretor de comunicação da Casa Branca, Mike Dubke, demitiu-se do cargo em maio, após semanas de especulações sobre a possibilidade de alterações na estratégia comunicativa do Governo devido à polémica investigação russa.

Dubke trabalhou estreitamente com o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, o rosto público do Governo e alvo frequente de críticas pela sua abrupta comunicação com os jornalistas acreditados na Casa Branca.

Sean Spicer tem estado no centro de várias polémicas e ganhou protagonismo logo na primeira conferência de imprensa da era Trump, um dia depois da tomada de posse (a 20 de janeiro deste ano).

Diante de uma plateia de jornalistas, Spicer acusou os 'media' de terem mentido, sobre a fraca adesão pública à cerimónia, e garantiu que esta teve a maior assistência de uma tomada de posse "de sempre".

Em sua defesa iria surgir outra figura próxima do círculo de Trump, a conselheira e ex-gestora da campanha presidencial Kellyanne Conway, que afirmou então que Spicer não forneceu informações falsas, mas sim "factos alternativos".

A postura hostil e agressiva de Spicer na sala de imprensa da Casa Branca tornou-se uma imagem de marca do porta-voz e acabou por ser satirizada por uma atriz de Hollywood num programa de humor do horário nobre da televisão americana.

Envolveu-se numa nova polémica quando foi abordado numa loja em Washington por uma mulher a propósito das políticas de Trump e reagiu com uma frase que lhe valeu acusações de racismo: "Que grande país este é, que até lhe permite estar cá!".

A propósito da utilização de armas químicas na Síria, o porta-voz provocou nova controvérsia e indignação mundial quando, no início de abril, comparou o uso de armas químicas na guerra civil síria e o Presidente Bashar al-Assad ao Holocausto e a Hitler.

Nos dias seguintes, desdobrou-se em desculpas e afirmou que tinha "traído a confiança" de Trump com tal comparação.

Com Lusa