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Itália enfrenta uma das piores secas das últimas décadas, Roma admite racionar água

A Itália enfrenta uma das piores secas das últimas décadas, que já levou Roma a admitir racionar a água corrente, dez regiões a reclamar a declaração da calamidade natural e danos consideráveis nas culturas.

Itália enfrenta uma das piores secas das últimas décadas, Roma admite racionar água
Alessandro Bianchi

Num verão particular seco, Itália tem falta de 20 mil milhões de metros cúbicos de água, o equivalente ao lago de Como, segundo os especialistas.

A nível nacional, as temperaturas médias desde o início do ano são superiores em 0,9 graus às habituais.

De acordo com os serviços meteorológicos, a Itália teve a mais amena primavera e a segunda mais seca, nos últimos 60 anos, que se traduziu num "défice de chuva de 33%, em comparação com a média nos primeiros seis meses do ano".

As autoridades não preveem uma queda significativa de precipitação nos próximos dias.

O ministro do Ambiente, Gian Luca Galleti, afastou motivos de preocupação.

"Não criemos alarmismos. Temos evitado, até agora, situações de emergência graças à nossa ação de monitorização, e vamos ver, em função da evolução das condições meteorológicas nos próximos dias", disse o governante.

Grandes cidades, incluindo Roma, admitem racionar a água potável a partir de sábado por 1,5 milhões de habitantes, com interrupções que podem chegar a oito horas por dia.

A situação do rio Pó, o mais longo da Itália, de que depende um terço da produção agrícola nacional, é considerada preocupante, com menos 50 centímetros de nível em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o mais importante sindicato agrícola no país, Coldiretti.

A organização estima que as perdas sofridas pelos agricultores e criadores ultrapassem os dois mil milhões de euros, com dois terços dos territórios em situação de "dificuldade hídrica".

No total, dez regiões (metade das regiões italianas) reclamam o estado de calamidade natural, que prevê a suspensão do pagamento de taxas por parte dos agricultores, além de permitir o acesso a indemnizações.

Lusa