Num verão particular seco, Itália tem falta de 20 mil milhões de metros cúbicos de água, o equivalente ao lago de Como, segundo os especialistas.
A nível nacional, as temperaturas médias desde o início do ano são superiores em 0,9 graus às habituais.
De acordo com os serviços meteorológicos, a Itália teve a mais amena primavera e a segunda mais seca, nos últimos 60 anos, que se traduziu num "défice de chuva de 33%, em comparação com a média nos primeiros seis meses do ano".
As autoridades não preveem uma queda significativa de precipitação nos próximos dias.
O ministro do Ambiente, Gian Luca Galleti, afastou motivos de preocupação.
"Não criemos alarmismos. Temos evitado, até agora, situações de emergência graças à nossa ação de monitorização, e vamos ver, em função da evolução das condições meteorológicas nos próximos dias", disse o governante.
Grandes cidades, incluindo Roma, admitem racionar a água potável a partir de sábado por 1,5 milhões de habitantes, com interrupções que podem chegar a oito horas por dia.
A situação do rio Pó, o mais longo da Itália, de que depende um terço da produção agrícola nacional, é considerada preocupante, com menos 50 centímetros de nível em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o mais importante sindicato agrícola no país, Coldiretti.
A organização estima que as perdas sofridas pelos agricultores e criadores ultrapassem os dois mil milhões de euros, com dois terços dos territórios em situação de "dificuldade hídrica".
No total, dez regiões (metade das regiões italianas) reclamam o estado de calamidade natural, que prevê a suspensão do pagamento de taxas por parte dos agricultores, além de permitir o acesso a indemnizações.
Lusa