A comunidade internacional concordou, no chamado Acordo de Paris, combater o aquecimento global (limitando a emissão de gases com efeito de estufa) de forma a que esse aumento de temperatura não ultrapasse os 1,5ºC (e não os 2ºC, que era a meta anterior).
No entanto, a investigação agora divulgada considera como muito provável que o planeta exceda essa meta.
O estudo usa ferramentas estatísticas as quais indicam que há apenas 05% de probabilidades de a Terra aquecer apenas 2ºC ou menos até final do século.
E a possibilidade de aquecer 1,5ºC ou menos é de 01%.
"A nossa análise mostra que o objetivo dos 2ºC é o melhor cenário", disse o autor principal do trabalho, Adrian Raftery, acrescentando que para isso era necessário um grande e sustentando esforço, em todas as frentes, nos próximos 80 anos.
Ao contrário, as projeções indicam 90% de hipóteses de que as temperaturas aumentem, neste século, entre 2ºC e 4,9ºC.
"A nossa análise é compatível com estimativas anteriores, mas conclui que as projeções mais otimistas são improváveis de acontecer", disse Raftery, acrescentando que o planeta está mais perto "da margem" do que as pessoas pensam.
Os responsáveis pela investigação trabalharam sobre três cenários de emissões de gases com efeito de estufa e usaram projeções estatísticas sustentadas em 50 anos de dados de países de todo o mundo.
E encontraram um valor médio de aquecimento de 3,2ºC até 2100, com 90% de hipóteses de que o aquecimento global seja neste século entre 2ºC e 4,9ºC.
Lusa
