"O exército de Bangladesh será imediatamente deslocado para a região do Cox's Bazar", disse à agência de notícias francesa AFP Obadiul Quader, que é ministro do Governo da primeira-ministra Sheikh Hasina e segundo na hierarquia do partido no poder, a Liga Awami.
Mais de 420 mil rohingyas - uma minoria étnica não reconhecida pelas autoridades birmanesas - encontram-se refugiados naquela região do Bangladesh para fugir à violência na vizinha Birmânia (Myanmar).
"Atualmente, a presença do exército é necessária para garantir a ordem", disse o ministro.
No sudeste do Bangladesh, os campos de refugiados superaram as suas capacidades de acolhimento há muito tempo.
"A presença do exército no local é particularmente necessário para construir abrigos, o que é uma tarefa muito pesada, e para garantir a higiene", acrescentou Obadiul Quader.
Esta decisão marca o crescente envolvimento do exército do Bangladesh nesta crise humanitária.
Na semana passada, as autoridades começaram a confiar ao exército a tarefa de canalizar a ajuda internacional para a área dos acampamentos.
Na terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, instou a líder birmanesa, Aung San Suu Kyi, a enfrentar as "profundamente preocupantes denúncias" de abusos dos direitos humanos no seu país e a fornecer ajuda humanitária aos deslocados.
Suu Kyi condenou também na terça-feira qualquer violação dos direitos humanos que tenha sido cometida contra os muçulmanos rohingyas na Birmânia e expressou preocupação com o êxodo de centenas de milhares de membros dessa minoria para o Bangladesh, além de se ter comprometido a fornecer ajuda à população afetada.
Lusa