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Dez detidos em "caminhada pacífica" anti-governamental na Venezuela

Funcionários da polícia municipal de Chacao (Polichacao) detiveram esta terça-feira 10 alegados membros da "resistência", quando estes se preparavam para realizar uma "caminhada pacífica" em protesto contra do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Empunhando bandeiras e cartazes antirregime, os detidos encontravam-se concentrados na Praça Bolívar de Chacao (leste de Caracas), esperando mais pessoas, quando foram surpreendidos por duas dezenas de polícias que saíram de uma carrinha e os levaram para a esquadra.

Fontes não oficiais dão conta de que a polícia terá sido advertida telefonicamente da presença dos manifestantes, "numa atitude suspeita" e que os funcionários verificaram os antecedentes penais dos detidos, tendo descoberto que três deles tinham tido problemas relacionados com o tráfico de substâncias estupefacientes e psicotrópicas.

Consuelo Márquez, uma das manifestantes, disse aos jornalistas que a Polichacao recusou-se a deter as mulheres presentes e que não tinham iniciado qualquer protesto, estavam apenas sentados na praça, sem drogas nem armas, apenas com bandeiras da Venezuela, quando os polícias, armados, os rodearam e detiveram.

Este é o terceiro dia consecutivo que alegados membros da "resistência" foram impedidos pela polícia de manifestar-se contra o regime.

Funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) reprimiram, segunda-feira, uma manifestação opositora, em Chacao, no leste de Caracas, tendo detido vários manifestantes.

A manifestação foi realizada por dezenas de jovens que dizem chamar-se "resistência" e que além de protestarem contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, também protestavam contra os políticos opositores por alegadamente estarem a negociar com o regime.

A GNB disparou bombas de gás lacrimogénio e tiros de borracha contra os manifestantes.

Entre abril e julho de, no âmbito de protestos contra e a favor do Governo do Presidente Nicolás Maduro, 125 pessoas foram assassinadas. Segundo o Ministério Público, algumas das pessoas faleceram devido aos ataques das forças de segurança, durante a repressão a manifestantes.

Lusa