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Polícia regional da Catalunha aceita cumprir ordens, mas adverte para riscos

O chefe da polícia regional da Catalunha garantiu esta quarrta-feira em Barcelona que os seus homens irão cumprir as ordens da Procuradoria-geral para impedir o referendo ilegal de domingo, mas advertiu para os riscos de alterações da ordem pública.

Polícia regional da Catalunha aceita cumprir ordens, mas adverte para riscos
Susana Vera

Josep Lluis Trapero explicou numa reunião com o procurador-geral da Catalunha e os chefes da Polícia Nacional e da Guardia Civil, que a polícia catalã (Mossos d'Esquadra) pretende dar o "melhor e mais adequado" cumprimento às instruções do Ministério Público, segundo fontes citadas pela agência espanhola EFE.

Mas este responsável também sublinhou que o cumprimento das instruções "não exclui a responsabilidade profissional de contemplar que a sua aplicação pode acarretar consequências não desejadas" e por isso poderão ter de se ajustar aos princípios de "oportunidade, proporcionalidade e congruência" para responder ao "previsível risco de alterações da ordem pública".

A Procuradoria-geral da Catalunha deu na terça-feira instruções aos Mossos d'Esquadra para utilizarem um "amplo dispositivo" policial para selar as assembleias de voto e impedir que se vote em 01 de outubro, incluindo num raio de 100 metros desses locais.

Hoje, o presidente da Generalitat (Governo regional catalão), Carles Puigdemont, convocou o Conselho de Segurança da Catalunha para discutir na quinta-feira a coordenação do dispositivo policial implementado pela Procuradoria-geral da Catalunha para impedir o referendo de domingo, 01 de outubro.

A Generalitat discorda da decisão da Procuradoria-geral da Catalunha de nomear um oficial da Guardia Civil para coordenar todas as forças da região com o objetivo de impedir o referendo considerado ilegal pelas instituições espanholas.

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo parlamento e pelo governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação.Apesar das decisões dos tribunais e da pressão de Madrid, Carles Puigdemont mantém que o referendo de autodeterminação se irá realizar.

Lusa