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Governo espanhol rejeita qualquer mediação na crise catalã

O governo espanhol rejeitou esta quarta-feira o apelo do presidente do executivo regional catalão (Generalitat) para uma mediação na crise na Catalunha, uma vez que Carles Puigdemont continua a ameaçar com a independência da região.

Governo espanhol rejeita qualquer mediação na crise catalã
Susana Vera

"Se Puigdemont quer falar ou negociar, ou enviar mediadores, ele sabe perfeitamente o que deve fazer antes: voltar ao caminho da lei, que nunca deveria ter deixado", afirmou o executivo de Madrid, num comunicado de reação a uma mensagem televisiva do governante catalão transmitida hoje à noite.

O governo conservador liderado por Mariano Rajoy advertiu ainda Puigdemont de que "não aceitará nenhuma chantagem" e lançou um repto ao líder catalão: "Retire a ameaça de rutura".

Numa mensagem transmitida hoje pela televisão, o líder da Generalitat assegurou que irá manter a rota definida até à independência, com "a porta aberta ao diálogo", considerando o governo espanhol "irresponsável" por não aceitar uma mediação a nível internacional.

E disse ter recebido "várias propostas" que Madrid não aceitou.

"Hoje estamos mais certos do que ontem do nosso desejo histórico", de ser um Estado independente, disse Puigdemont na mensagem, em que criticou também o rei espanhol, Felipe VI, por ter ignorado milhões de catalães "que não pensam" como o monarca.

O chefe do executivo catalão não revelou, no entanto, quando iria declarar a independência.

Na terça-feira, em declarações à estação pública britânica BBC, Puigdemont disse que ia declarar a independência daquela região "numa questão de dias".

No passado domingo, e apesar da repressão policial, 42% dos 5,3 milhões de eleitores catalães conseguiram votar num referendo sobre a independência da Catalunha.

De acordo com a Generalitat, 90% dos eleitores votaram a favor da independência.

A consulta popular foi agendada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.

A intervenção policial para impedir a realização do referendo fez 893 feridos, segundo as autoridades regionais.

Lusa