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Abbas pede apoios contra reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, contactou vários países para evitar que os Estados Unidos reconheçam Jerusalém como capital de Israel, advertindo que tal reconhecimento comprometeria o processo de paz entre os palestinianos e os israelitas.

Abbas pede apoios contra reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel
Denis Balibouse

O porta-voz presidencial palestiniano, Nabil Abu Rudaina, confirmou hoje que Abbas conversou com o rei da Jordânia, Abdullah II, com o Presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Zani, sobre as implicações que teria esta decisão.


Durante o fim de semana, Abbas telefonou a estes líderes mundiais depois de informações sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump, estar a considerar Jerusalém como capital de Israel, cuja parte oriental é considerada ocupada pela comunidade internacional e os palestinianos reclamam-na como a capital de um futuro Estado da Palestina.


"Os recentes telefonemas alertaram sobre a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém e o reconhecimento da cidade como capital de Israel", declarou Abu Rudaina, num comunicado divulgado pela agência de notícias Wafa.


O analista político Ahmad Raffeq Awad disse à agência de notícias espanhola Efe que estes movimentos acarretariam "muitas mudanças nas relações dos Estados Unidos com a Palestina e afetariam o processo de paz no futuro".


O movimento islâmico Hamas prometeu no sábado uma nova "intifada" se a Administração norte-americana avançar numa das principais promessas que Trump fez durante a campanha eleitoral, a de transferir a sua sede diplomática em Israel.


Até ao momento, Trump não assinou o decreto de 1995 para efetivar a transferência, podendo prorrogar o seu cumprimento por seis meses, algo a que recorriam periodicamente os ex-Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.


Para compensar esta prorrogação, Trump examina agora a possibilidade de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, segundo funcionários da Casa Branca, ainda que a comunidade internacional negue a soberania israelita na zona oriental da cidade, que foi ocupada na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e posteriormente anexada em 1980.

Lusa