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Maestro da Ópera Metropolitana de Nova Iorque acusado de abuso sexual

A Ópera Metropolitana de Nova Iorque suspendeu no domingo toda a colaboração com o maestro James Levine, alvo de denúncias de agressões sexuais.

James Levine, conceituado maestro americano
James Levine, conceituado maestro americano
Michael Dwyer

Em comunicado, o diretor-geral da MET anunciou que James Levine vai sair do cartaz desta época e que um antigo procurador foi chamado para analisar as denúncias feitas contra o maestro: "Com base nestas novas informações, a MET tomou a decisão de atuar a partir de agora, enquanto aguarda os resultados do inquérito. É uma tragédia para todos cuja vida foi afetada", declarou Peter Gelb.

O antigo procurador do estado de Nova Iorque Robert J. Cleary foi encarregado pela direção da MET de conduzir o inquérito. Cleary foi o responsável da acusação no caso de Ted Kaczynski, conhecido como "Unabomber", que perpetrou vários atentados com pacotes armadilhados e foi condenado a prisão perpétua em 1998.

Em 2016, um relatório policial referia as denúncias de agressões sexuais, mas "James Levine afirmou que eram acusações totalmente falsas", indicou o comunicado. A alegada vítima, que mantém o anonimato, disse à polícia de Illinois que os factos teriam começado em 1985, quando tinha 15 anos e o maestro 41, e continuado até 1993, de acordo com os jornais New York Post e The New York Times.

No final da época 2015-16, Levine reformou-se após uma carreira de 40 anos na MET, onde começou em 1971, dirigindo mais de 2.500 apresentações de quase 85 óperas diferentes. O maestro exercia ainda o cargo de diretor musical honorário da MET.

Desde que foi divulgado o caso do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, em outubro, vários escândalos relacionados com acusações de assédio, agressão sexual e até mesmo de violação foram denunciados em diversos países.

Lusa