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Agências da ONU alertam para catástrofe humanitária no Iémen

A Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) consideraram hoje que o Iémen passou de uma crise para uma catástrofe humanitária cada vez mais profunda, após mil dias de guerra.

Agências da ONU alertam para catástrofe humanitária no Iémen
Khaled Abdullah

Num comunicado conjunto, o diretor geral da OMS e os diretores executivos da UNICEF e do PMA alertam para uma situação desesperada num país em que a guerra provocou "um sofrimento humano inimaginável".

O Iémen está em conflito desde 2014, quando os rebeldes hutis ocuparam a capital Sanaa e outras províncias do país, situação que se intensificou a partir de março de 2015 com a intervenção da coligação militar composta por países sunitas e liderada pela Arábia Saudita a favor das forças leais ao presidente iemenita, Abdo Rabu Mansur Hadi.

"O conflito no Iémen criou a pior crise humanitária do mundo, uma crise que afeta todo o país, 75% da população precisa de ajuda humanitária, incluindo 11,3 milhões de crianças", sublinham os três responsáveis pela OMS, UNICEF e PMA.

No comunicado conjunto, referem também que, pelo menos, 60% da população do Iémen sofre de insegurança alimentar e 16 milhões não tem acesso a água potável segura e instalações sanitárias adequadas, além de muitos mais iemenitas "não ter acesso a serviços básicos de saúde, já que menos da metade dos centros médicos e hospitais funcionam plenamente e o pessoal de saúde não recebeu o salário durante meses".

A OMS, UNICEF e PAM temem que a situação seja pior, uma vez que as agências das Nações Unidas não têm acesso total a algumas das comunidades mais afetadas pela guerra e não podem avaliar completamente as suas necessidades.

"O que sabemos é que o Iémen superou o ponto de não retorno e passou de um rápido declínio de uma crise para uma catástrofe que se aprofunda", alertam os diretores das três agências da ONU.

Lusa