Na zona oeste de Caracas, os habitantes da zona de Catia saíram de novo para as ruas para exigir os alimentos que o governo venezuelano lhes prometeu para o Natal, uma situação que foi recorrente neste bairro na última semana do ano.
Também o interior do país, nos estados de Trujillo, de Miranda e de Vargas, a imprensa local e os deputados da oposição deram conta de pequenos protestos devido ao atraso das bolsas de alimentos que o governo entrega através dos denominados Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP).
O pernil de porco, tradicional na mesa de Natal na Venezuela, foi um dos produtos que o governo de Nicolas Maduro prometeu distribuir durante esta época, mas, em muitas zonas, não chegou, segundo os manifestantes, que também se queixam da falta de água e de falhas nos serviços de eletricidade e de recolha do lixo.
O Presidente da Venezuela começou por culpar o Governo de Portugal pelo facto de os pernis não terem chegado a tempo, acusando-o de "sabotagem", acusação já refutada por Lisboa. Depois foi o ministro da Agricultura Urbana, Freddy Bernal, que disse que afinal era a Colômbia que tinha 2.200 toneladas do produto retidas na fronteira.
Agora é Maduro que está novamente a fazer acusações, dirigindo-se ao presidente do parlamento, o opositor Julio Borges.
Segundo o Presidente venezuelano, Borges está há um mês fora do país "a conspirar para que ninguém venda um só produto à Venezuela, para que não chegue um barco à Venezuela e para que as importações necessárias (...) não cheguem".
Lusa