Um estudo publicado na revista científica Science Advances revela que rios e ribeiras são responsáveis por desastres naturais cada vez mais frequentes e destruidores, com tendência a piorar até meados do século.
Face a este perigo crescente, os autores do estudo determinam quais os países e regiões do mundo onde é necessária a implementação urgente de medidas de adaptação aos novos padrões climáticos: os Estados Unidos, certas partes mais vulneráveis da Índia e de África, a Indonésia, a Europa Central, incluindo a Alemanha.
"Os Estados Unidos devem pelo menos duplicar o nível de proteção durante os próximos 20/30 anos para evitar um aumento drástico do risco de inundação", afirma Sven Willner, climatologista do instituto de investigação de Potsdam (PIK), na Alemanha.
Sem medidas de adaptação e proteção, como construção de diques e reforço dos existentes, melhoria da gestão dos rios, um maior rigor na aplicação das regras de construção ou alteração de zonas povoadas, o número de pessoas afetadas por inundações destruidoras vai aumentar muito e em vários locais do planeta, alertam os cientistas.
Milhões de pessoas em perigo em vários pontos do globo
Na América do Norte, este número pode duplicar e chegar a um milhão de pessoas e, na Alemanha, pode passar dos 100 mil para 700 mil pessoas em risco em pouco mais de 30 anos.
Na América do Sul, as populações que serão afetadas por inundações passarão de 6 para 12 milhões, em África, de 25 para 34 milhões e, na Ásia, de 70 para 156 milhões.
E os números poderão ainda ser superiores tento em conta o aumento demográfico.
E como não estamos a conseguir limitar as alterações climáticas, os riscos de inundações provocadas pelos rios vão ultrapassar as nossas capacidades de adaptação, alertam os cientistas.
Londres alagada com subida do rio Tamisa
Na primeira semana de 2018, a cidade de Londres foi afetada por cheias e inundações causadas pela subida das águas do rio Tamisa.