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Primeira-ministra da Nova Zelândia está grávida de 4 meses

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou hoje esperar o nascimento do seu primeiro filho para o próximo mês de junho. Durante a campanha para as legislativas, que a levaram ao poder em outubro, poucos meses depois de assumir a liderança do Partido Trabalhista, Ardern esteve no centro de uma polémica sexista, ao ser questionada sobre as consequências de uma eventual maternidade.

A primeira-ministra trabalhista assumiu o cargo em outubro passado, ao concluir um acordo de Governo com os verdes e um partido nacionalista, na sequência das eleições de setembro que puseram fim a nove anos de poder dos conservadores. 
A primeira-ministra trabalhista assumiu o cargo em outubro passado, ao concluir um acordo de Governo com os verdes e um partido nacionalista, na sequência das eleições de setembro que puseram fim a nove anos de poder dos conservadores. 
David Gray

"É totalmente inaceitável considerar em 2017 que as mulheres devem responder a esta questão", respondeu então Jacinda Ardern. "A escolha do momento para ter filhos pertence às mulheres. Isso não deve determinar poder ou não conseguir um emprego".

A política disse não duvidar "que os tempos mudaram", permitindo às mulheres desempenharem vários papéis. "Muitas mulheres abriram caminho pouco a pouco e permitiram que as pessoas me vejam a exercer o poder e pensar 'sim, ela pode fazer o trabalho e ser mãe'", sublinhou hoje a primeira-ministra.

Jacinda Ardern explicou que o vice-primeiro-ministro, Winston Peters, vai substitui-la durante as seis semanas de licença de maternidade, que gozará após o nascimento do bebé.

Apesar de emocionada pelo futuro papel de mãe, Ardern disse "continuar empenhada no seu trabalho e na responsabilidade como primeira-ministra". "Estamos os dois realmente felizes. Queríamos uma família, mas não sabíamos se podíamos, o que torna esta notícia inesperada, mas emocionante", disse Ardern, num comunicado também em nome do companheiro, Clarke Gayford.

A primeira-ministra acrescentou ainda que Gayford ficará a cuidar da criança a tempo inteiro:

"Clarke e eu temos o privilégio de estar numa posição em que o Clarke pode ficar em casa (...). Sabendo que tantos pais têm de fazer malabarismo para cuidar dos seus filhos, consideramo-nos muito sortudos".


A responsável neo-zelandesa é das poucas chefes de Governo a engravidar durante o mandato, indicou a rádio Nova Zelândia, lembrando que uma das primeiras foi a paquistanesa Benazir Bhutto, em 1990.

Lusa