As estimativas apontam para centenas de toneladas ingeridas por dia por estes grandes animais que vivem nos oceanos, mas ainda não há dados concretos. Por isso, os cientistas apelam a novos estudos sobre o impacto dos microplásticos nos grandes animais, tal como para os mais pequenos.
Investigadores dos EUA, Austrália e Itália debruçaram-se sobre os dados que existem atualmente sobre os grandes mamíferos e peixes dos oceanos e mares e perceberam que estes fragmentos de plástico, que têm menos de 5 milímetros, são tão prejudicias para pequenos como para grandes animais.
"A magnitude total dos riscos de ingestão de microplásticos ainda precisa de ser investigada", disse à BBC Elitza Germanov da Universidade Murdoch na Austrália e investigadora na Fundação Marine Megafauna nos EUA.
O Golfo do México, no Atlântico, o Mar Mediterrâneo, o Golfo de Bengala, no Índico, e o Triângulo de Coral, no Pacífico, são os locais prioritários para a investigação e monitorização, afirmam os cientistas num estudo publicado na revista Trends in Ecology and Evolution.
Danos no sistema digestivo, no crescimento e reprodução
Dos riscos mais prováveis da ingestão de microplásticos destacam-se os danos que estas partículas devem provocar nos sistema digestivo, bem como a muito provável perturbação da forma como os nutrientes são absorvidos.
Além disso, os plásticos são tóxicos, pelo que os cientistas suspeitam que devem interferir com os processos biológicos, como o crescimento e a reprodução.