Os investigadores mostraram que há um risco maior de extinções em série quando outras espécies não estão presentes para preencher a lacuna criada pela perda de uma espécie.
Se numa montanha se extinguirem os lobos tal pode levar a um grande aumento de cervos, havendo assim mais consumo de plantas, o que pode provocar a extinção de espécies que também dependem dessas plantas, como coelhos ou insetos, exemplificam os autores.
O estudo, apoiado pela universidade francesa de Sorbonne e publicado esta segunda-feira na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences", é considerado pelos autores um alerta adicional para as consequências da erosão da biodiversidade, numa altura em que as taxas de extinção estão nos seus níveis mais elevados e muitas espécies estão ameaçadas pela atividade humana.
"As interações entre espécies são importantes para a estabilidade dos ecossistemas. E porque as espécies estão interligadas, através de múltiplas interações, um impacto numa espécie pode afetar também outras", afirmou Dirk Sanders, do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter.
Os investigadores concluíram que redes alimentares mais complexas serão menos vulneráveis às extinções em série, por existir mais hipóteses de outras espécies poderem mitigar os efeitos da perda de algumas.
Na investigação foram usadas plantas e insetos. Ao ser removida uma espécie de vespa os investigadores descobriram que houve extinções secundárias de outras espécies, indiretamente ligadas, no mesmo nível de rede alimentar.
Lusa