Mundo

Políticos sem respostas para alunos de Parkland sobre controlo de armas nos EUA

Os políticos do Capitólio estadual da Florida não deram esta quarta-feira respostas concretas às perguntas sobre controlo de armas nos Estados Unidos formuladas pelos jovens da escola Stoneman Douglas, onde, em 14 deste mês, um ex-aluno matou 17 estudantes.

Políticos sem respostas para alunos de Parkland sobre controlo de armas nos EUA
COLIN ABBEY

Os alunos do liceu de Parkland, localizado a mais de 400 quilómetros de Tallahassee, tiveram uma receção calorosa, mas os políticos não se alargaram em considerações e até a proibição de armas de assalto, como a AR-15 usada no massacre na escola Stoneman Douglas, foi retirado pelo senado da lista dos temas a abordar.

Um sobrevivente no tiroteio, de 16 anos, questionou o presidente do Senado estadual, Joe Negron, sobre o facto de o autor dos disparos, Nikolas Cruz, ter-se munido de uma arma de assalto.

"Como é possível que um rapaz que nós conhecíamos como estando claramente perturbado conseguiu uma arma de assalto, de caráter militar, e foi à escola para nos tentar matar?", confrontou o estudante.

Joe Negron não respondeu diretamente, limitando-se a dizer que "esse é um problema que se está a rever".

Os jovens dividiram-se em vários grupos para o contacto com os políticos do Capitólio estadual da Florida, que reúne o Senado e a Câmara dos Representantes, sobre o controlo das armas, o processo legislativo e as questões de saúde mental.

Esta visita ao Capitólio da Florida antecede a manifestação de alunos em Washington, em 24 de março, designada "Marcha pelas nossas Vidas".

Os alunos da Stoneman Douglas, a que se juntaram outros estudantes de todo o país, estarão na manifestação na capital norte-americana para sensibilizar os legisladores a agirem com urgência para que não se repita outro tiroteio em escolas norte-americanas.

O tiroteio na escola de Parkland provocou também 14 feridos e Nikolas Cruz confessou o crime mais tarde.

Os alunos do liceu pensavam que quando o alarme soou se tratava de mais um simulacro de incêndio, idêntico ao que tinham feito horas antes.
Tal exercício tinha-os obrigado a deixar as salas mais cedo, logo, quando o alarme voltou a disparar na quarta-feira à tarde, pouco antes da hora de saída, voltaram a dirigir-se aos corredores.

Foi nessa altura que, segundo a polícia, Nikolas Cruz equipado com uma máscara de gás, granadas de fumo e várias revistas de munições, abriu fogo com uma arma semiautomática.

Foi o tiroteio mais mortal nas escolas do país desde que um homem armado atacou uma escola primária em Newtown, Connecticut, há mais de cinco anos.

Lusa