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Merkel pede à Rússia e ao Irão que ajudem a evitar "massacre" em Ghouta

Pelo menos 13 civis morreram hoje na sequência de bombardeamentos das forças governamentais sírias contra Ghouta oriental, no dia em que a chanceler alemã instou a Rússia e o Irão a usar toda a influência para evitar o "massacre". Nos últimos três dias, morreram cerca de 300 civis, entre os quais largas dezenas de crianças. Há ainda mais de 1.500 pessoas feridas.

Merkel pede à Rússia e ao Irão que ajudem a evitar "massacre" em Ghouta
Bassam Khabieh/ Reuters

As negociações para o fim do conflito voltaram a falhar e os grupos humanitários dizem que estes são os ataques mais intensos desde o início da guerra, em 2011. A ONU fala num autêntico "inferno na Terra".

"Pelo menos 13 pessoas morreram em Douma, entre as quais três crianças", refere a organização não-governamental. Douma é a principal cidade da região de Ghouta oriental.


De acordo com o observatório, o regime de Damasco lançou no passado domingo uma série de bombardeamentos de campanha contra posições rebeldes em Ghouta, admitindo-se que está a preparar uma ofensiva terrestre.

Desde o início do ataque de artilharia morreram pelo menos 320 civis em Ghouta.

O apelo da chanceler alemã


Entretanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, instou hoje a Rússia e o Irão a usar toda a influência para evitar o "massacre" que o regime está a levar a cabo em Ghouta, bastião rebelde nos arredores de Damasco.


"A luta de regime que não é contra os terroristas, mas sim contra a sua própria população... A morte de crianças, a destruição de hospitais... Tudo isto é um massacre que tem de ser condenado", afirmou a chanceler alemã numa declaração dirigida ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).


A mensagem de Merkel foi enviada antes do início da reunião informal do Conselho Europeu, que decorre hoje em Bruxelas.


Merkel pretende que a União Europeia desenvolva uma política externa comum "mais definida" e proactiva, capaz de poder desempenhar um papel mais relevante no sentido de "por fim a um massacre".


O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu também a suspensão imediata das hostilidades.
O Conselho de Segurança da ONU vai votar esta semana, provavelmente hoje, uma proposta de resolução para decretar uma trégua de trinta dias na Síria.

Lusa