O cardeal Pell não emitiu declarações ao subir as escadas do tribunal de Melbourne, escoltado por dezenas de polícias, enquanto alguns manifestantes que o aguardavam brandiam cartazes e gritavam frases como "Vai para o inferno! Vai para o inferno, George Pell!" ou diziam esperar que "se faça justiça".
Havia também na assistência apoiantes do cardeal, como Beverly Hastie, que declarou: "Conheço-o e é inocente, um homem bom, um santo homem".
O prelado de 76 anos, que está de licença para poder defender-se, foi formalmente acusado, em junho de 2017, de "crimes de agressão sexual" que terão sido cometidos há vários anos e que ele categoricamente desmente. Nem a idades das presumíveis vítimas, nem os pormenores e a natureza exata dos crimes foram tornados públicos, tendo-se as autoridades limitado a referir que existem "múltiplos queixosos".
A audiência no tribunal de Melbourne deverá durar quatro semanas, ao longo das quais poderão ser convocadas cerca de 50 testemunhas, que serão ouvidas à porta fechada, o que poderá levar até duas semanas.
Em seguida, o tribunal decidirá se o caso é suficientemente sólido para justificar o envio do clérigo a julgamento.
Nomeado arcebispo de Melbourne em 1996 e de Sydney em 2001, George Pell foi escolhido em 2014 pelo papa Francisco para tornar mais transparentes as finanças do Vaticano.
Lusa