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Governo nigeriano confirma libertação de 101 raparigas pelo Boko Haram

O Governo nigeriano confirmou hoje a libertação de 101 de jovens raparigas que foram raptadas a 19 de fevereiro pelo grupo extremista islâmico Boko Haram, desconhecendo-se o paradeiro das restantes.

Governo nigeriano confirma libertação de 101 raparigas pelo Boko Haram
Afolabi Sotunde

O número foi atualizado pelas autoridades nigerianas através do ministro da Informação, Lai Mohamed, que explicou à Agência France Press que o "processo de registo (das crianças) ainda está a decorrer".

Testemunhas citadas pela agência Associated Press (AP) indicaram que os raptores chegaram a Dapchi cerca das 08:00 locais (07:00 em Portugal) e que deixaram as crianças defronte da escola da cidade, gritando à população para que não as deixem regressar ao estabelecimento de ensino para receber "instrução ocidental".

Inicialmente, o Governo da Nigéria tinha confirmado a libertação de 91 crianças. Horas depois corrigiu para 101.

Citando uma das testemunhas em Dapchi, a AP adianta que os elementos do Boko Haram disseram que as libertavam "por piedade". "Mas não ponham as vossas filhas na escola", gritaram.

Governo nega pagamento de resgate

O Governo nigeriano também negou ter pagado qualquer resgate aos raptores, garantindo que a libertação das jovens é um processo que "ainda está em curso" através de "canais específicos e com a ajuda de alguns países amigos".

As jovens raparigas chegaram em nove viaturas e foram entregues à porta da escola cerca das 08:00" (07:00 em Lisboa), indicou à AFP Bashir Manzo, que dirige uma associação de ajuda aos familiares das crianças raptadas, acrescentando que as autoridades policiais vão proceder a uma contagem precisa das que foram libertadas.

"Tenho uma lista das raparigas que foram raptadas e estou a caminho da escola para confirmar se falta alguma. Mas, para já, sabemos que uma delas morreu" durante o cativeiro, acrescentou.

Segundo Manzo, a entrega das raparigas não foi acompanhada por qualquer força de segurança dos extremistas, que chegaram nas viaturas, deixaram as jovens e partiram.

Rapto foi há um mês

A 19 de fevereiro último, elementos do Boko Haram atacaram uma escola para raparigas em Dapchi e raptaram 110 com idades entre os 10 e os 18 anos.Na terça-feira, a Amnistia Internacional (AI) acusou o Exército nigeriano de ter sido informado sobre movimentações dos extremistas na região de Dapchi antes do rapto e de não ter reagido a tempo.

Esta ação desenvolveu-se em circunstâncias quase idênticas ao rapto de Chibok, em abril de 2014, em que 260 raparigas foram levadas por militantes do Boko Haram, desencadeando uma vaga de emoção mundial.Mais tarde, cerca de uma centena delas conseguiu escapar ou foram libertadas depois de negociações com o Governo.

Lusa