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Macron fala hoje com o Presidente iraniano para tentar salvar acordo

O Presidente francês, Emmanuel Macron, falará hoje por telefone com o seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani, para tentar salvar o acordo nuclear com Teerão, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian.

Macron fala hoje com o Presidente iraniano para tentar salvar acordo
Reuters Staff

Na conversa, Macron irá transmitir ao chefe de Estado do Irão a vontade do Governo francês de "continuar no acordo e de que o Irão respeite totalmente os seus termos", disse Le Drian numa entrevista à rádio RTL.


Na mesma ocasião, o governante anunciou que os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, britânico e alemão vão encontrar-se com representantes de Teerão, na próxima segunda-feira, para arranjarem forma de preservar o acordo nuclear iraniano.


"Vamos encontrar-nos com os colegas britânicos e alemães, na próxima segunda-feira, e também com representantes do Irão, para analisarmos todas as situações possíveis", disse.


O chefe da diplomacia francesa insistiu que "o acordo não está morto", tendo sido validado por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU, mas manifestou intenção de completá-lo.


"Estamos conscientes (...) de que há outros temas de discussão com o Irão e estamos dispostos a trabalhar num acordo ampliado que integre todas essas disposições", afirmou.


As "questões difíceis" na relação com Teerão, que segundo Le Drian deveriam entrar nesse compromisso ampliado, são o facto de o país se estar a dotar "de uma capacidade balística impressionante" e de ter "tentações hegemónicas em toda a região".


O Presidente Donald Trump anunciou na terça-feira que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.


O acordo foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Reino Unido -- e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares.


Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.

Lusa