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Panamá e Chile não reconhecem resultados das presidenciais na Venezuela

O Panamá e o Chile anunciaram que não reconhecem os resultados das eleições presidenciais antecipadas de domingo na Venezuela, nas quais Nicolás Maduro foi reeleito Presidente para o período 2019-2025.

Panamá e Chile não reconhecem resultados das presidenciais na Venezuela
Carlos Garcia Rawlins

"O Governo da República do Panamá não reconhece os resultados das eleições celebradas este domingo, 20 de maio, na República Bolivariana da Venezuela, por considerar o processo como não democrático nem participativo", de acordo com um comunicado publicado no site do Ministério de Relações Exteriores panamiano, no domingo à noite.

Também a Presidência do Chile afirmou, em comunicado, que "não reconhece a validade do processo eleitoral, que carece de toda a legitimidade e não cumpre nenhum dos requisitos mínimos e necessários para ser uma eleição democrática e transparente, em conformidade com os padrões internacionais".

O Chile apela "ao Governo da Venezuela para convocar um processo eleitoral verdadeiramente livre, como única via para recuperar o Estado de Direito na Venezuela".

"Para tal devem ser respeitadas as garantias necessárias de um processo democrático, livre, equitativo e transparente, com a presença de observadores internacionais, a participação de todos os atores e setores políticos, o acesso igualitário aos meios de comunicação, a libertação dos presos políticos e a participação de todos os venezuelanos que tiveram que abandonar o seu país", adiantou.

No comunicado, o Chile "condena profundamente as ações que perpetrou a ditadura instaurada por Nicolás Maduro, que não respeita as liberdades mais elementais dos seus cidadãos e tem desencadeado uma tragédia política, económica, social e humanitária".

"O Chile insta o Governo venezuelano a respeitar as suas obrigações sob a Carta Democrática Interamericana", sublinhou o documento no qual o governo chileno "expressa a sua solidariedade com o povo venezuelano e reitera a sua vontade e compromisso para dar assistência e proteção aos venezuelanos que deixaram o seu país, assim como apoio aos que permanecem nele".

O Chile "reitera energeticamente o pedido para o estabelecimento de mecanismos para o acesso a ajuda humanitária que permitam atender esta grave situação e evitar que mais venezuelanos continuem a morrer à fome ou por falta de medicamentos. O Chile confia nas capacidades do povo venezuelano para superar as dificuldades e adversidades enormes que o próprio Governo lhes tem imposto", afirmou.

Em conclusão, pode ler-se no documento que o Chile "lamenta profundamente que a Venezuela, um país que durante 40 anos foi livre e próspero, tenha atualmente aprofundado a rutura da ordem democrática e constitucional".

"A Venezuela não é uma democracia: não há liberdade de expressão, não há separação de poderes, não há o devido processo, não há respeito pelos direitos humanos e há centenas de presos políticos", concluiu.

Lusa