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Amazónia em risco de se tornar numa "grande fogueira" após eleições

O governador do estado brasileiro do Acre, Tião Viana, afirmou hoje em Oslo que a Amazónia está em risco se existir um retrocesso da consciência ambiental nas eleições presidenciais de outubro.

Amazónia em risco de se tornar numa "grande fogueira" após eleições
Bruno Kelly

"Se tivermos um retrocesso nestas próximas eleições, as políticas ambientais pagarão o preço, a Amazónia virará uma grande fogueira", alertou Tião Viana.

Viana está em Oslo, na Noruega, para o Fórum de Florestas Tropicais que decorre esta semana, naquela que é a principal conferência global sobre florestas tropicais e clima.

O Acre é um dos nove estados brasileiros que compõem a Amazónia legal e ocupam 49% do território nacional.

Apesar de ser um dos menores estados em extensão geográfica, o Acre é o único estado brasileiro com políticas estruturadas de incentivos da conservação das florestas em pé.

O estado foi um dos primeiros a ter projetos ambientais para reduzir a desflorestação, aprovados pelo Fundo Amazónia, criado há dez anos.

Neste período, o pequeno estado reduziu a devastação em 66% e possui 87% do território conservado.

À agência Lusa, Viana reafirmou a sua preocupação com as eleições gerais no Brasil programadas para outubro e o risco de um retrocesso na área ambiental.

"O Brasil vive um momento muito delicado, temos um desequilíbrio constitucional em que o poder central está hipertrofiado no judiciário que toma decisões do legislativo e do executivo. Isso é perigoso para a democracia e os mais fracos pagarão o preço. As políticas ambientais estão entre as mais frágeis", disse.

Viana participou hoje num painel no Fórum de Florestas sobre a Força Tarefa de Governadores para o Clima e Floresta (GCF, por suas siglas em inglês).
O Acre integra esta associação de 38 estados subnacionais, criada em 2008, para implementar ideias de desenvolvimento de baixo carbono.

"Somos o estado brasileiro que melhor reduziu a desflorestação de maneira sustentável na Amazónia.

Nosso propósito de política pública é baseado na economia diversificada com fortalecimento comunitário dos povos indígenas", afirmou.

Lusa