As declarações de Pompeo surgiram durante uma pequena viagem aos Emirados Árabes Unidos, um fiel aliado dos Estados Unidos e que alberga 5.000 tropas norte-americanas numa estratégica base aérea e onde se situa o mais movimentado porto no estrangeiro frequentado pela marinha dos EUA.
Pompeo emitiu breves declarações à Sky News Arabia, um canal de televisão por satélite propriedade do xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, vice-primeiro-ministro e membro da família no poder, que sempre demonstrou muitas reservas face ao acordo nuclear com o Irão, denunciado pelo Presidente dos EUA Donald Trump.
"Hoje estamos concentrados (...) em negar ao Irão a sua capacidade financeira para prosseguir com o seu mau comportamento", disse Pompeo. "Foram aplicadas uma série de sanções que não são dirigidas ao povo iraniano, antes tem por objetivo convencer o regime iraniano que o seu comportamento maligno é inaceitável e terá de facto um elevado custo para eles".
Pompeo também se referiu às recentes ameaças do Presidente iraniano Hassan Rohani sobre o estreito de Ormuz, por onde circula um terço do petróleo comercializado pelo mar. Na semana passada, durante a sua deslocação à Europa, Rohani disse que qualquer perturbação na exportação de petróleo iraniano afetaria o conjunto das exportações de petróleo em toda a região.
O Irão "deve saber que a América está comprometida em manter as linhas marítimas abertas, manter o tráfego de petróleo disponível para todo o mundo", assinalou Pompeo. "É esse o compromisso que temos há décadas e vamos prosseguir com esse compromisso".
O ministro do Petróleo do Irão, Biyan Zangané, assegurou no domingo que "não houve alterações significativas" na produção e exportação de petróleo no país, apesar das ameaças dos EUA de travar as vendas do crude iraniano.
O responsável, citado pela televisão estatal, explicou que o Irão já tinha desenhado um plano para contrariar as ameaças de Trump, e que está a funcionar "com êxito".
"Há uma guerra comercial, [...] nós manteremos os nossos planos", sublinhou o ministro na ocasião, referindo que o país exportou no mês passado 2,8 milhões de barris de crude e gás condensado por dia.
Lusa