Crianças Rohingya que fugiram de Myanmar para o Bangladesh e vivem em paradeiro desconhecido, milhares de crianças sírias que fogem da guerra, a fome que ameaça mais de um milhão de crianças do Iémen.
São mais de 1,2 mil milhões de crianças que estão ameaçadas por guerras, pobreza extrema e discriminação de género, segundo a ONG Save The Children.
Os dramas são incontáveis, os conflitos são prolongados e o final feliz tarda a chegar.
Serão estas as principais razões pelas quais a maioria das pessoas não presta tanta atenção a estas crises como a que prestou aos 12 rapazes tailandeses, revela um especialista em política comparada em Londres.
"Esta é uma história humana, com drama, e todos estão a torcer por eles", disse Brian Klaas, da London School of Economics, à NPR norte-americana.
É um drama humano de curta duração.
"Conflitos que se prolongam no tempo são mais difíceis de motivar as pessoas", revela Christy Delafield, da ONG Mercy Corps. "Perdem a novidade".
Há ainda outra razão para que a história com 12 rapazes atraia mais atenção que os 12 milhões de refugiados menores de 18 anos, segundo a ONU.
Quanto mais pessoas estão a sofrer numa crise, mais difícil é para os outros envolverem-se na sua história, explica Christy Delafield.
Quando há muitas mortes numa tragédia, temos tendência a prestar muito menos atenção que a uma outra crise que tenha provocado menos mortos, explica a psicologia.