A Rússia "esteve sempre aberta a tais propostas", declarou Anatoly Antonov à agência russa Interfax, citada pela Reuters. "Estamos prontos para conversações sobre este assunto", acrescentou.
Donald Trump anunciou na quinta-feira a intenção de manter uma segunda reunião com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, após o "grande êxito" da cimeira que mantiveram esta semana em Helsínquia.
"A cimeira com a Rússia foi um grande êxito, exceto para o verdadeiro inimigo do povo, os Media de Notícias Falsas. Estou desejoso [de realizar] o nosso segundo encontro para que possamos começar a aplicar algumas das muitas coisas discutidas", referiu Trump numa mensagem no Twitter.
Horas depois, a assessora de imprensa de Trump, Sarah Sanders, publicava, também no Twitter, que as negociações com o Kremlin "já estão em curso" para um encontro em Washington no outono.
O Kremlin ainda não comentou a proposta feita por Trump.
O embaixador russo nos EUA disse que é importante "lidar com os resultados" da cimeira dos dois chefes de Estado, que decorreu na segunda-feira em Helsínquia, antes de avançar rapidamente com outra reunião.
O que terão Putin e Trump falado em Helsínquia
O teor da conversa na reunião entre Trump e Putin motivou preocupação nos Estados Unidos.
Trump diz que foram abordados temas a luta contra o terrorismo, a segurança de Israel, a proliferação nuclear, a Ucrânia, os ciberataques e a Coreia do Norte.
Anatoly Antonov diz que Putin fez propostas concretas para a resolução do conflito no leste da Ucrânia, mas não especificou as medidas.
A questão da interferência russa nas eleições dos EUA
Trump desencadeou a polémica ao desautorizar os relatórios dos seus serviços de informações sobre a interferência de Moscovo nas eleições presidenciais de 2016, que venceu.
Depois de uma série de críticas, Trump corrigiu no dia seguinte as suas declarações ao assegurar que se tinha exprimido de forma incorreta e que considerava ter existido uma interferência da Rússia, como têm indicado os serviços de informações norte-americanos.
O embaixador russo reiterou à Interfax que a Rússia não teve qualquer interferência nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.