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Trump agradeceu a Kim Jong-un a devolução dos restos mortais de soldados norte-americanos 

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agradeceu hoje ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, a devolução dos restos mortais dos soldados norte-americanos que participaram na Guerra da Coreia (1950-1953).

"Depois de tantos anos, este será um grande momento para muitas famílias, graças a Kim Jong-un", disse Trump através da rede social Twitter.


A troca de restos mortais dos soldados foi um dos pontos concretos acordados na cimeira de Singapura que decorreu em junho entre Donald Trump e Kim Jong-un.


A Casa Branca já tinha anunciado que um avião C-17 da Força Aérea dos Estados Unidos, com membros do Comando das Nações Unidas para a Coreia a bordo, recebeu os restos mortais dos soldados na cidade costeira de Wonsan, na Coreia do Norte.


O Comando das Nações Unidas, numa outra nota oficial também divulgada hoje, explicou que se trata de "55 caixões com os restos mortais dos soldados" que foram transportados para a base aérea de Osan, região de Pyeongtaek, a 70 quilómetros a sul de Seul, Coreia do Sul.

Kim Hong-ji/ AP

Os caixões foram recebidos "com solenidade" por uma guarda de honra e esperam agora pela cerimónia oficial de repatriação que a Administração dos Estados Unidos vai realizar no próximo dia 1 de agosto.


"Hoje, Kim Jong-un cumpre parte do compromisso que assumiu com o presidente (Donald Trump) para devolver os nossos soldados tombados. As ações da Coreia do Norte encorajam-nos porque são momentos marcados por mudanças positivas", indicou a Casa Branca.

Os caixões, cobertos com bandeiras azuis e o emblema das Nações Unidas, foram colocados em camionetas que esperavam na pista do aeroporto militar de Orsan.


A entrega de hoje "é um primeiro passo significativo para a repatriação dos restos mortais" dos soldados pela Coreia do Norte e para o início das operações de busca dos "restos mortais dos 5.300 militares" que morreram durante a guerra, acrescentou a Casa Branca.


Trump anunciou no passado dia 20 de junho que tinha começado o processo para a devolução dos restos mortais de 200 soldados por parte da Coreia do Norte, mas a entrega, em menor número do que estava previsto, só ocorreu hoje.


Mais de 36 mil soldados norte-americanos morreram na Guerra da Coreia e 7.700 desapareceram, 5.300 dos quais a norte do Paralelo 38, que divide a península coreana.


Equipas conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Norte recuperaram 229 corpos entre 1996 e 2005, mas Washington suspendeu o programa de busca devido à deterioração das relações entre os dois países.


Mesmo assim, Pyongyang entregou seis corpos de soldados norte-americanos, aos Estados Unidos, em 2007.


De acordo com a imprensa norte-americana, médicos legistas que se encontram na base aérea de Osan, vão realizar durante os próximos cinco dias as primeiras análises aos restos mortais dos militares.


Após a cerimónia oficial de entrega, no dia 01 de agosto, os corpos vão ser trasladados para um laboratório do Pentágono no Havai onde vão ser levadas a cabo as operações de identificação através de provas de ADN.


A entrega que ocorreu hoje acontece no mesmo dia em que se assinalam os 65 anos da assinatura de cessar-fogo que pôs fim às hostilidades (1953) e num momento de aproximação entre os dois países marcado pela cimeira de Singapura em que a Coreia do Norte se comprometeu a "desnuclearizar" se Washington garantir a segurança do regime de Pyongyang.


Espera-se também que o novo ambiente de distensão nas relações entre os dois países sirva também para anunciar a assinatura do documento que estabeleça a paz entre os participantes na guerra, ato que a Coreia do Norte considera fundamental para proteger o país de uma invasão norte-americana.

Com Lusa