"Não se pode negociar ao mesmo tempo que há sanções", disse ontem Rohani, no mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva que prevê a reposição, a partir da meia-noite (hora de Washington, 05:00 de terça-feira em Lisboa), de várias sanções económicas contra o Irão.
A ordem executiva foi assinada três meses depois de Washington ter saído do acordo internacional nuclear com o Irão firmado em 2015.
"Associar negociações a sanções é insensato. Impõem sanções às crianças iranianas, aos doentes e à nação", disse o chefe de Estado iraniano, numa entrevista à televisão estatal iraniana, algumas horas antes da entrada em vigor das sanções norte-americanas.
Trump reiterou a sua disponibilidade de firmar um novo acordo com o Irão, um texto "mais amplo" que abrangesse mais do que o programa nuclear iraniano, nomeadamente o programa de mísseis balísticos e o apoio de Teerão, segundo a administração norte-americana, ao terrorismo.
"Aquele que fala em negociações tem de demonstrar que quer solucionar algo com as negociações", sublinhou Hassan Rohani.
Na mesma entrevista, Rohani acusou ainda os Estados Unidos de quererem promover uma "guerra psicológica" contra o seu país.
"Querem lançar uma guerra psicológica contra a nação iraniana e provocar divisões" entre os iranianos, disse o representante.
O acordo internacional nuclear foi assinado em 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).
À exceção de Washington, os restantes continuam comprometidos com o protocolo, que previa o congelamento do programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas.