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"O meu bebé teria morrido se eu tivesse ficado"

Várias mulheres grávidas têm deixado a Venezuela devido à falta de assistência pré-natal, remédios e fraldas. "O meu bebé teria morrido se eu tivesse ficado. Não havia comida, nem remédios, nem médicos", conta Maria Teresa Lopez enquanto alimenta a filha Fabiola, que nasceu na segunda-feira à noite de ceseriana, na maternidade da Boa Vista, no Brasil.

Lopez, de 20 anos, percorreu 800 quilómetros desde a sua casa, há cinco meses atrás. É uma das várias centenas de milhares de venezuelanos que fugiram da crise.

No ano passado, 566 bebés venezuelanos nasceram na maternidade Boa Vista, sendo que, só no primeiro semestre deste ano já se registaram 571 nascimentos.

A chegadas de milhares de venezuelanos sobrecarregou os serviços sociais no estado de Roraima, o que levou a um aumento do crime, prostituição, doenças e incidentes de xenofobia. A governadora da cidade já pediu o encerramento da fronteira por sobrecarga dos serviços públicos e das tensões com a população local.