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Itália quer resposta imediata da UE sobre migrantes

O vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, exigiu que a União Europeia dê esta sexta-feira uma solução para a distribuição dos migrantes do navio Diciotti, bloqueado na Catânia, caso contrário Itália corta a sua contribuição para o orçamento europeu.

Itália quer resposta imediata da UE sobre migrantes
Andrew Medichini

"Pudemos ver ao longo dos últimos dias como funciona a abordagem moderada à UE e como funciona a linha dura com a UE", disse, num vídeo publicado quinta-feira ao final do dia no Facebook, Luigi di Maio, que é também o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema).

"Se a UE continuar com este comportamento, se amanhã [hoje] não sair nada da reunião da Comissão Europeia sobre o navio Diciotti e sobre a distribuição destas pessoas, não estamos dispostos a continuar a dar os 20 milhões de euros que para a UE todos os anos", acrescentou.

Di Maio frisou que falava como líder do M5S, que governa Itália juntamente com a Liga, mas assegurou que "o Governo está unido" em matéria de imigração.

O grosso do orçamento europeu provém diretamente das contribuições dos Estados-membros.

A Itália é o 3.º maior contribuinte líquido para o orçamento europeu, depois da Alemanha e de França, o que significa que paga mais do que recebe.

Altos funcionários da UE têm previsto reunir-se hoje sobre a questão migratória.

A reunião foi convocada depois de o ministro do Interior de Itália e líder da Liga (extrema-direita), Matteo Salvini, ter recusado autorizar o desembarque de 150 pessoas a bordo do Diciotti, resgatados do mar há mais de uma semana.

Na quarta-feira, Salvini autorizou o desembarque de 28 menores a bordo, mas exige que os migrantes sejam repartidos pelos países europeus.

"O Governo não está a dizer que não assume a sua parte. O que não queremos é que façam troça de nós", disse hoje, à televisão, Di Maio.

"A Europa nasceu em torno de princípios como a solidariedade. Se não é capaz de repartir 170 pessoas, então há um problema grave com os princípios fundadores", acrescentou.

Lusa