O ataque, condenado fortemente pela comunidade internacional e que fez um número total de 51 mortos, ocorreu num setor rebelde no norte do Iémen.
De acordo com as conclusões de um inquérito aberto pela coligação, "erros" foram cometidos e os responsáveis devem ser "punidos", indicou uma fonte oficial da coligação, citado pela agência noticiosa francesa France Presse (AFP).
O ataque, ocorrido a 09 de agosto, atingiu um autocarro que transportava crianças perto de um mercado muito frequentado em Dahyan, na província de Saada, bastião dos rebeldes conhecidos como Huthis, no norte do Iémen.
O raide aéreo foi imediatamente atribuído à coligação internacional que apoia as forças governamentais iemenitas contra os rebeldes.
O ataque desencadeou uma forte condenação internacional, que pediu a abertura de uma investigação.
O Conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação "credível e transparente".
A coligação afirmou sempre que o autocarro transportava rebeldes.
Hoje, numa conferência de imprensa em Riade, Mansour al-Mansour, porta-voz da comissão responsável pelo inquérito ao raide aéreo, reiterou que o autocarro transportava "líderes Huthis" e que alguns rebeldes morreram no ataque.
Mas o raide "também causou danos colaterais", acrescentou o representante, referindo-se à morte das crianças, e os responsáveis devem ser "punidos".
Segundo o responsável, e entre os vários erros identificados, a ordem para não atingir o autocarro, que se encontrava numa zona de grande frequência de civis, chegou tarde de mais junto aos operacionais.
O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes conhecidos como Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que já causou mais de 10.000 mortos.
Os rebeldes tomaram vastas áreas do território, incluindo a capital, Sanaa.
Desde março de 2015, o governo é apoiado por uma coligação internacional árabe, que inclui a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Segundo a ONU, o Iémen vive uma das piores crises humanitárias no mundo.
As Nações Unidas convidaram no passado dia 17 de agosto o governo iemenita e os rebeldes Huthis para as negociações em Genebra para tentar encontrar uma solução para a guerra civil no Iémen. As discussões estão convocadas para 06 de setembro.
Lusa