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Novo comandante da ONU no Afeganistão quer mais capacidade militar afegã

O tenente-general norte-americano Austin "Scott" Miller sublinhou este domingo, ao assumir o comando das tropas aliadas no Afeganistão, a importância de "possibilitar que os afegãos construam capacidade militar e de segurança" para impedir "santuários de terroristas".

"Devemos possibilitar que os nossos companheiros afegãos construam a sua capacidade militar e de segurança, para que possam impedir os terroristas de terem santuários a longo prazo e de forma sustentável", referiu Miller, que rendeu o general John Nicholson, numa cerimónia realizada no quartel-general em Cabul.

O tenente-general insistiu no poder "do 41", o número de nações que participam na missão da ONU no Afeganistão, denominada Apoio Decidido, para frisar que se deve "continuar a aprender" e num esforço de adaptação "ao inimigo e ao cenário".

Em comunicado, a missão Apoio Decidido observou que John Nicholson, em funções desde março de 2016, se despediu com a afirmação de que a paz no Afeganistão "não só acaba com o sofrimento da gente afegã" como também "fez o mundo inteiro mais seguro".

Notou ainda que Apoio Decidido apoiou as negociações de paz entre o Governo afegão e os talibãs, suspensas desde 2015,

A mudança de comando ocorre depois de o Pentágono ter reiterado que a presença de tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, a treinarem as tropas locais antiterroristas, não será duradoura.

A NATO terminou a missão de combate no Afeganistão em janeiro de 2015 e, atualmente, mantém cerca de 16.000 soldados de 41 países membros.

Nos últimos três anos e meio, o conflito afegão subiu ao ponto de o Governo afegão ter o controlo de apenas 56% do país, segundo informações divulgadas no final do ano passado pelo inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão, no Congresso dos Estados Unidos.

Uma organização ligada aos Estado Islâmico que surgiu no Afeganistão em 2014 tem vindo a realizar vários ataques contra as forças de segurança e a minoria xiita do país.

Mesmo com o apoio dos Estados Unidos e da NATO, as forças de segurança afegãs têm enfrentado sérios problemas para combater o Estado Islâmico e os combatentes extremistas talibãs.

Lusa