Segundo o New York Times, os militares venezuelanos, que já tinham procurado acesso direto à administração norte-americana durante a presidência de Barack Obama, disseram representar centenas de milhares de oficiais das Forças Armadas Venezuelanas, insatisfeitos com o "autoritarismo de Maduro".
As reuniões secretas começaram no outono do ano passado, tiveram continuidade este ano e os militares venezuelanos, segundo o NYT, pediram rádios encriptados, para comunicações mais seguras, "enquanto desenvolviam um plano para instalar um governo de transição para administrar o país, até que fosse possível realizar eleições".
O material pretendido, porém, não foi fornecido, e os planos acabaran após a detenção de vários "conspiradores", pelas autoridades venezuelanas.
O jornal nova-iorquino, que diz ter falado com funcionários da Casa Branca e um ex-comandante militar venezuelano, envolvidos nos contactos, precisa que o representante dos EUA nas reuniões não esteva autorizado a negociar "nada de substancial", embora os militares venezuelanos esperassem receber também orientação e ideias.
Entre os rebeldes, segundo o NYT, encontravam-se membros das forças de segurança que Washington identifica com vários crimes, da tortura de presos políticos ao tráfico de droga e à colaboração com as FARC da Colômbia, identificada como organização terrorista pelos EUA.
O Governo venezuelano já reagiu à notícia do NYT, vinculando os EUA com o atentado falhado do passado dia 04 de agosto, contra Nicolás Maduro, e convocou, para terça-feira, uma marcha contra o imperialismo.
"O Governo dos EUA reconhece ter tido pelo menos três reuniões com militares golpistas para dar um golpe de Estado (...). O magnicídio em grau de frustração foi dirigido pelo imperialismo. Quem tem dúvidas?", disse hoje o número dois do chavismo e também presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello.
No dia 04 de agosto, duas explosões, que as autoridades venezuelanas dizem terem sido provocadas por dois 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados), obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente a cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), que estava a decorrer em Caracas.Pelo menos 43 pessoas foram detidas, entre as quais vários militares.
Lusa