"De acordo com as informações de que dispomos, o indivíduo em questão, que é saudita, encontra-se no consulado", declarou aos media Ibrahim Kalin, numa referência ao jornalista saudita identificado como Jamal Khashoggi.
O diário Washington Post tinha referido hoje que um jornalista saudita, exilado nos Estados Unidos, estava desaparecido desde terça-feira à tarde, quando entrou no consulado saudita em Istambul.
Jamal Kashoggi entrou no Consulado Saudita para pedir documentos que permitissem o casamento com a sua noiva turca.Seguindo as ordens do consulado, e tal como acontece na maioria das embaixadas do Médio Oriente por questões de segurança, não levou o telemóvel consigo, tendo de o deixar do lado de fora, informou um amigo de Kashoggi, Turan Kislakçi.
"Não conseguimos comunicar com o Jamal hoje e estamos preocupados com a sua situação" afirmou numa declaração Eli Lopez, editora da secção de opinião internacional do jornal norte-americano Washington Post, com o qual o jornalista colabora.
Apesar de a sua noiva ter esperado a tarde toda à porta do Consulado, antes de alertar as autoridades turcas, a Arábia Saudita enviou hoje uma declaração à agência americana AP dizendo que "Khashoggi entrou no consulado para requerer documentos relativos ao seu futuro casamento, e saiu momentos depois".
"Não tive qualquer notícia da sua parte desde ontem às 13:00 (11:00 em Lisboa). Queremos saber onde ele se encontra", afirmou a noiva, Hatice A., que não pretende revelar o nome de família, em declarações à agência noticiosa francesa France-Presse (AFP).
Enquanto colaborador do Washington Post, Khashoggi escreveu extensivamente sobre a Arábia Saudita, criticando entre outros a intervenção militar no Iémen e a detenção de várias ativistas que pediam o fim da proibição de conduzir para as mulheres.
A Arábia Saudita encontra-se no 169.º lugar em 180 países na classificação mundial da liberdade de imprensa estabelecido pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Lusa