Mundo

Urnas encerradas em todo o Brasil

As últimas urnas eletrónicas para as eleições presidenciais, do parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e governos regionais no Brasil encerraram às 17:00 locais (no estado do Acre, 23:00 de Lisboa).

Urnas encerradas em todo o Brasil

Um total de 147,3 milhões de brasileiros foi chamado a votar numa eleição marcada por uma forte polarização entre a extrema-direita, com o candidato Jair Bolsonaro, e a esquerda através de Fernando Haddad, em representação do Partido dos Trabalhadores (PT).

O candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, foi quem liderou as sondagens ao longo de toda a disputa eleitoral e afirmou, neste domingo, após votar numa escola do Rio de Janeiro, que está confiante numa vitória na primeira volta.

"Sem grande partido, sem fundo partidário, sem tempo de TV, mas tendo a verdade e a sinceridade, desbancamos figurões que achavam que, fazendo parcerias e acordos com grandes partidos, via televisão, ganhariam a eleição", afirmou o candidato, confiante numa vitória já este domingo.

Já o seu concorrente mais direto, Fernando Haddad (PT), disse acreditar numa segunda volta "mais civilizada". O substituto de Lula da Silva no PT mencionou ainda o trabalho de alguns dos seus adversários na corrida eleitoral, como Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Marina Silva, do Partido Rede, e Henrique Meirelles, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

"Estou esperançoso de que teremos um segundo turno muito mais civilizado do que tivemos no primeiro. Tenho o maior respeito pelos que concorreram, sobretudo aqueles com quem trabalhei. Com a Marina, com o Ciro Gomes, com o Meirelles, no Governo Lula. Tenho o maior respeito e admiração pelo trabalho que eles realizaram", declarou Haddad depois de ter votado no estado de São Paulo.

Após ter votado em Fortaleza, Ciro Gomes, o terceiro colocado nas últimas sondagens divulgadas, com 15% das intenções de voto dos brasileiros, afirmou que os "arrogantes" e "despreparados" se revelam nos momentos de maior emoção do país.

"Quando uma pessoa, no dia da eleição, já se afirma vitorioso, é porque dispensa os votos das pessoas. Eu quero o voto e peço com humildade para ter uma chance de representar os brasileiros decentes e equilibrados", disse o candidato, numa referência a Jair Bolsonaro.

Marina Silva, candidata pela terceira vez à Presidência brasileira, votou no município do Rio Branco, no estado do Acre, e também ela teceu críticas ao candidato do PSL e ao PT.

"Os dois partidos que hoje estão a fazer a polarização não são alternativas para a sociedade brasileira. Por isso, eu e o Eduardo (o seu vice) fizemos uma campanha com propostas que são perfeitamente possíveis de serem executadas após a nossa eleição", afirmou a candidata da Rede.

A candidata recordou ainda a violência que se fez sentir ao longo do período eleitoral.

"Durante as eleições do primeiro turno, tivemos o assassínio da vereadora Marielle, tentativa de morte nas caravanas do presidente Lula, o atentado ao candidato Bolsonaro. O Brasil não pode ir pelo caminho da violência política como acontece na Venezuela. Nós temos que combater tudo o que ameaça a democracia brasileira, a estabilidade económica, social e política", finalizou Marina Silva.

Já Geraldo Alckmin, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), exerceu o seu voto na zona sul de São Paulo e foi recebido com aplausos ao chegar ao colégio eleitoral, segundo o site de notícias UOL.

"Hoje é o dia maior da democracia. Não há poder legítimo que não seja através da liberdade, democracia, o grande valor, o grande princípio é o governo do povo. Portanto, hoje quem fala é o eleitor. A nós, cabe-nos aguardar o resultado das urnas com muita confiança", declarou.

O sistema de voto foi feito através de urnas eletrónicas. Durante este domingo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que teve de proceder à substituição de 964 urnas eletrónicas por todo o país, devido a problemas que apresentaram.

As urnas foram trocadas por outras da mesma tipologia, não havendo registo de votação manual em nenhuma secção de voto.

Caso nenhum candidato atinja este domingo a marca de 50% dos votos válidos, haverá uma segunda volta com os dois primeiros colocados, que está marcada para o dia 28 deste mês.

Lusa