"As redes [imprensa] informaram que eu apoiarei Haddad, o que é uma mentira", afirmou o ex-governante brasileiro que esteve na Presidência da República entre 1995 e 2002, numa mensagem publicada na rede social Twitter, referindo-se a informações publicadas pela imprensa este domingo.
Fernando Henrique Cardoso é o principal líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), cujo candidato à presidência, Geraldo Alckmin, ficou em quarto lugar na primeira volta das eleições, com apenas 4,76% dos votos.
Como nenhum candidato atingiu, na votação de domingo, a marca de 50% dos votos válidos, o próximo Presidente da República do Brasil será eleito na segunda volta, a decorrer dentro de três semanas, em 28 de outubro.
A disputa final será entre Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita que obteve 46% dos votos, e Fernando Haddad, que substituiu Lula da Silva na liderança da candidatura do PT (esquerda) e garantiu 29% da preferência do eleitorado.
"Nem o PT, nem Bolsonaro manifestaram compromissos em que eu acredito. Por que motivo haveria de me pronunciar sobre candidaturas que são contra ou não se definem sobre temas que prezo para o país e para o povo?", questionou Fernando Henrique Cardoso.
O ex-chefe de Estado brasileiro acrescentou que não concorda "com o reacionarismo cultural, nem com a falta de compromisso institucional de um vitorioso", numa aparente referência a Bolsonaro, o polémico candidato que se diz defensor da ditadura militar que dominou o Brasil desde 1964 até 1985.
"Também não concordo com a corrupção sistemática e com o apoio ao arbítrio na Venezuela e noutros países", declarou Fernando Henrique Cardoso numa referência aos sucessivos escândalos de corrupção nos governos do PT e aos constantes apoios dados ao governo venezuelano.
A liderança do PSDB tem previsto reunir-se hoje em Brasília para decidir a sua posição para a segunda volta das presidenciais, mas alguns membros do partido já fizeram saber que irão apoiar Bolsonaro.
Lusa