"Ele soa como nós. E é também um candidato muito forte. É um nacionalista", defendeu o ex-líder do KKK, citado pela BBC. David Duke falou sobre o candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, num programa de rádio que dirige.
"Ele é um descendente europeu. Parece-se com qualquer outro homem branco dos Estados Unidos da América, Portugal, Espanha, Alemanha ou França. Ele fala sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e sobre a enorme criminalidade que lá existe, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro."
Conhecido por negar o Holocausto e por classificar o Nobel da Paz Nelson Mandela como "terrorista", o historiador norte-americano criticou, no entanto, a proximidade do candidato brasileiro a Israel e, por conseguinte, aos judeus, a quem acusa de terem feito uma "lavagem cerebral no mundo".
"Ele vai fazer coisas a favor de Israel e acredito que está a tentar adotar a mesma estratégia de Trump: ele sabe que o poder judaico está a levar a América, a Europa e o resto do mundo ao desastre."
O que é o Ku Klux Klan?
É um grupo supremacista que surgiu por volta de 1860, nos Estados Unidos da América, e foi responsável por grande parte das mortes e linchamentos que aconteceram no país, durante a altura da segregação racial, no século XIX. Nesta altura, usavam a violência e os assassinatos para reprimir os ativistas dos direitos dos negros.
Defendem correntes reacionárias e extremistas, tais como a supremacia branca, o nacionalismo e a anti-imigração, e tem como objetivo a "purificação" da sociedade norte-americana. Este objetivo chegou a ser expresso através do terrorismo contra grupos ou individuos a que se opõem, como por exemplo a raça negra.
Quem é Jair Bolsonaro?
O candidato Jair Bolsonaro tem 63 anos e lidera as sondagens sobre a segunda volta das presidenciais do Brasil, com 58% das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha.

É criticado por adotar ideais da extrema-direita e por já ter manifestado admiração pela ditadura militar, regime que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Fez declarações públicas consideradas machistas, racistas, homofóbicas e de apologia à violência.
Aliás, enfrenta um processo em tribunal pelo crime de racismo. Em causa estão as declarações do candidato sobre os descendentes de escravos negros do Brasil, dizendo que "não fazem nada e são inúteis, nem mesmo procriam".
Dezenas de deputados de diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu expressaram esta terça-feira "o mais profundo repúdio" por Bolsonaro.
"O candidato de extrema-direita defende abertamente os métodos violentos utilizados pelas ditaduras militares, inclusive torturas e assassinatos. Tais posições atentam contra uma sociedade livre, tolerante e socialmente justa", salientam, citados pela agência Lusa.
Confessa-se como admirador de Donald Trump e de Marine Le Pen, mas recusa ser conotado com a extrema-direita.
