Um oficial da migração da Guatemala disse à agência de notícias Efe que o ponto de registo em Agua Caliente foi reaberto, depois de ter sido encerrado na terça-feira devido ao grande número de hondurenhos que queriam entrar no país vizinho, onde também se exerce um rigoroso controlo migratório.
"Os cidadãos que trouxerem o seu documento de identificação não terão problemas, mas devemos registar para onde vão, o que vão fazer, por quanto tempo e outras informações. Se querem ir para o México ou para os Estados Unidos, devem apresentar o passaporte com o visto obrigatório", disse a mesma fonte, que não se quis identificar.
Do lado das Honduras, um forte cordão policial com agentes protegidos por escudos, coletes antibalas, bastões de madeira e bombas de gás lacrimogéneo, que ordenam os emigrantes em filas, deixando passar apenas "aqueles que trazem documentos e vão para a Guatemala".
Entre os emigrantes, há muitas crianças acompanhadas por familiares, e muitos não sabem que não é fácil passar para a Guatemala, pelo que tentam fazê-lo em "pontos cegos" da fronteira, mas arriscam-se a serem apanhados pela polícia ou militares que os detêm e os enviam para a fronteira novamente.
Por seu turno, a polícia de El Salvador colocou agentes na zona do rio Guascorán, que marca a fronteira com as Honduras, para evitar a passagem de hondurenhos sem documentos, informou hoje um porta-voz do corpo de segurança.
O comissário Oswald Guerra assegurou aos jornalistas que os polícias mantêm um dispositivo de vigilância sobre as duas pontes na fronteira El Amatillo, a mais de 190 quilómetros da capital salvadorenha, e no rio, para "evitar que os cidadãos hondurenhos tentem atravessar e ponham em risco a integridade física".
Cerca de 20 pessoas que não conseguiram passar a fronteira de forma legal, por falta de documentos, atravessaram o rio Guascorán, embora o caudal tenha subido devido às chuvas que estão a cair na região.
Alguns hondurenhos disseram à agência Efe que não pretendem ficar em El Salvador e que vão tentar encontrar-se com outros compatriotas para chegar aos Estados Unidos da América.
Por seu turno, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na sua conta da rede social Twitter que já informou as Honduras, Guatemala e El Salvador que, se autorizarem os seus cidadãos, ou outros, a atravessar as suas fronteira para chegar aos Estados Unidos de forma ilegal, "todos os pagamentos de cooperação serão suspensos".
Cerca de dois mil hondurenhos que partiram no sábado do seu país, mergulhado na miséria e na violência, continuavam hoje a sua marcha, através da Guatemala, em direção ao México com destino aos Estados Unidos.
Lusa