"Numa parte do mundo onde há socialismo radical, caos na Venezuela, crise económica, com o FMI a decidir na Argentina, Bolsonaro representa o caminho do capitalismo esclarecido e será um governo populista nacionalista", disse Bannon numa entrevista publicada hoje pelo diário Folha de São Paulo.
O antigo conselheiro de comunicação de Donald Trump sublinhou as semelhanças entre o novo Presidente brasileiro e o homólogo norte-americano.
Trump e Bolsonaro sabem usar uma estratégia que consiste em "fazer declarações provocadoras para se fazerem ouvir no meio do ruído". "São ambos especialistas a comunicar com as massas", disse.
Bannon apontou ainda semelhanças de Trump e Bolsonaro com outros dirigentes "populistas e nacionalistas" de direita, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, ou o político britânico pró-'Brexit' Nigel Farage.
"Nas situações complicadas, eles sabem identificar os principais problemas e articular soluções [...], eles sabem comunicar com as massas, em particular a classe popular e a classe média [...] e têm carisma", afirmou.
"Claramente, o populismo de centro-direita, conservador e nacionalista, é uma das tendências mais importantes do século XXI".Jair Bolsonaro, candidato pelo Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita), foi eleito no domingo Presidente do Brasil com 55% dos votos. Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT) do antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 45% dos votos.
As redes sociais foram o principal meio de comunicação de Jair Bolsonaro na campanha, marcada por declarações polémicas. "Se não fosse o Facebook, Twitter ou outras redes sociais, teria sido cem vezes mais difícil este populismo crescer, porque não conseguiríamos ultrapassar a barreira do aparelho mediático. Trump conseguiu fazê-lo, Salvini e Bolsonaro também", disse.
Antigo conselheiro e ex-diretor da campanha eleitoral de Donald Trump, Steve Bannon fundou a organização O Movimento, para promover internacionalmente o populismo de direita e o nacionalismo económico.
Lusa