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Milhares em Toronto em vigília pelas vítimas do massacre em sinagoga nos EUA 

Milhares de pessoas concentraram-se na segunda-feira em Toronto, no Canadá, numa vigília de solidariedade para com as vítimas do massacre de sábado numa sinagoga em Pittsburgh, nos Estados Unidos, que resultou na morte de 11 pessoas."Tenho encontrado muitos canadianos que se sentem frustrados pois não há nada que possam fazer.

Milhares em Toronto em vigília pelas vítimas do massacre em sinagoga nos EUA 
Jeenah Moon/ Reuters

Esta época lembra-lhes a década de 30 na Polónia e na antiga Checoslováquia. Na altura, Hitler começou a ter a sua ascensão", disse à agência Lusa Richard Ilomaki, um dos participantes na vigília.

"É um momento muito díficil porque vários dos meus familiares combaterem o fascismo em Espanha. Quando o meu tio veio para o Canadá, chegou com ferimentos causados pelos fascistas de Franco", contou.Após a perseguição à sua família, Richard Ilomaki revelou que desde então "tem lutado para denunciar o nazismo a partir do Canadá".

O canadiano, de mãe judia e pai finlandês, explicou ainda que participou na vigília porque a atual presidência e liderança dos Estados Unidos está a incitar aos "crimes de ódio".

A vigília decorreu na praça Mel Lastman, localizada no norte da cidade, e foi organizada pela Federação da UJA, uma organização cuja missão passa por preservar e fortalecer a qualidade da vida judaica na Grande Área de Toronto.Uma das 11 vítimas do massacre de Pittsburgh foi identificada como Joyce Fienberg, de 74 anos, criada na área de Toronto e antiga aluna da Universidade de Toronto, a residir nos Estados Unidos desde a década de 60.

"Temos de nos unir, não só numa religião, ou raça, mas as pessoas de varias etnias, construindo um futuro de esperança e de paz, deixando para trás as forças do mal e de discriminação que existem em muitos pontos do mundo", frisou à Lusa Noam Katz, outro dos participantes.

O rabi sublinhou ainda a necessidade daquela comunidade em "combater o que os divida", aprendendo uns com os outros, ajudando-se mutuamente, "superando os ignorantes e os medos".Diversos políticos marcaram presença na vigília, encontrando-se entre eles o 'Premier' de Ontário, Doug Ford, e o ministro Federal da Segurança nas Fronteiras e da Redução do Crime Organizado, Bill Blair.

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A deputada provincial lusodescendente Teresa Armstrong, também presente, sublinhou que a comunidade internacional tem que se levantar "contra os crimes de ódio, enviando a mensagem de que esta foi situação única e não é o que o mundo sente".

"A raça humana tem que se unir contra a violência e com o que aconteceu à comunidade judaica, contra todas as formas de ódio. Isto não é quem somos", concluiu.

De acordo com o Departamento Federal de Justiça do Distrito Oeste da Pensilvânia, o suspeito, Rob Bowers, foi acusado de 11 crimes de obstrução da crença religiosa e outros tantos relativos ao uso de armas de fogo para cometer homicídios.

Rob Bowers foi detido após disparar de forma indiscriminada contra as pessoas que estavam na sinagoga, enquanto gritava que todos os judeus deviam morrer. Para além dos 11 mortos, outras seis pessoas ficaram feridas.

Lusa