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Papa diz que Igreja está empenhada em combater abusos sexuais de menores

Esta declaração surge depois de 2018 ter sido um ano marcado pela revelação de uma série de escândalos de abusos sexuais do clero.

Papa diz que Igreja está empenhada em combater abusos sexuais de menores
ANGELO CARCONI

O papa Francisco disse esta segunda-feira que a Igreja está empenhada em combater o abuso sexual de menores, o que considera ser "um dos crimes mais vis e mais nocivos".


"Não posso permanecer em silêncio diante de uma das pragas do nosso tempo, e que, infelizmente, também tem implicado vários membros do clero. O abuso de menores é um dos piores e mais vis possíveis crimes", disse o papa, durante um encontro com o corpo diplomático acreditado no Vaticano.

Depois de 2018 ter sido um ano marcado pela revelação de uma série de escândalos de abusos sexuais do clero, especialmente nos Estados Unidos e no Chile, e no dia em que começa o julgamento do cardeal francês Philippe Barbarin, acusado de ter escondido o passado pedófilo de um padre.

Esses abusos "varrem, inexoravelmente, o que a vida humana reserva para uma pessoa inocente, causando danos irreparáveis para o resto da vida", disse o pontífice argentino.


"A Santa Sé e toda a Igreja comprometem-se a lutar e a prevenir tais crimes e a sua ocultação, a estabelecer a verdade dos factos em que os eclesiásticos estão implicados e a fazer justiça aos menores que sofreram violência sexual, agravada pelo abuso de poder e consciência", acrescentou o papa.

A 21 de dezembro, nas suas saudações anuais à Cúria Romana (o governo da Santa Sé), o papa já tinha prometido não deixar impunes as "abominações" na Igreja.

O papa convocou os presidentes de conferências episcopais de todo o mundo para uma cimeira sobre "proteção de menores", a realizar no final de fevereiro de 2019.

Para se preparar, os participantes deverão encontrar-se, nos seus respetivos países, com vítimas de abuso sexual por parte do clero.

Esta reunião "pretende ser um passo no caminho da Igreja, para esclarecer os factos e suavizar as feridas causadas por tais crimes", disse o papa.

LUSA