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Embaixador do Vaticano em França investigado por "agressões sexuais"

O representante do Papa em França "apalpou repetidamente" um jovem funcionário da Câmara de Paris numa cerimónia oficial.

O embaixador do Vaticano em Paris Luigi Ventura com o Presidente francês, em janeiro de 2018.
O embaixador do Vaticano em Paris Luigi Ventura com o Presidente francês, em janeiro de 2018.
Reuters

O núncio apostólico, embaixador do Vaticano em França, Luigi Ventura, está a ser alvo de uma investigação por "agressões sexuais", aberta a 24 de janeiro pela Procuradoria de Paris, avançou hoje o jornal Le Monde.

A Câmara Municipal de Paris apresentou à Procuradoria a queixa de um jovem quadro da autarquia que alegou "repetidos apalpões" de Luigi Ventura, prelado italiano de 74 anos, durante uma cerimónia no edifício da Câmara a 17 de janeiro.

"Houve um incidente [na cerimónia] de cumprimentos às autoridades diplomáticas e, rapidamente, a decisão foi tomada de a relatar ao Procurador da República", declarou Patrick Klugman, vice-presidente da Câmara de Paris e responsável pelas relações internacionais, à AFP.

Durante a cerimónia, "um funcionário autárquico foi vítima de forma repetida, por três vezes, de toques sexuais, mãos nas nádegas, uma das vezes perante uma testemunha", afirmou à AFP um funcionário da Câmara.

A vítima, com cerca de 30 anos, fez queixa aos superiores.

Luigi Ventura, diplomata de carreira do Vaticano, está em Paris desde 2009, encarregue das relações entre a Santa Sé e as autoridades francesas bem como com o arcebispos de França.

"A nunciatura não tem declarações a fazer", disse à AFP.

Dado o seu estatuto e funções, Luigi Ventura beneficia de imunidade diplomática.