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Maestro Gustavo Dudamel comenta "situação insustentável" na Venezuela nos Óscares

O diretor da Filarmónica de Los Angeles apela a eleições na Venezuela onde não enbtra há 3 anos por ser considerado persona non grata.
O maestro venezuelano Gustavo Dudamel atuou na 91.ª cerimónia dos Óscares em Hollywood e comentou a "a situação geral insustentável" no país de origem onde não entra há três anos
O maestro venezuelano Gustavo Dudamel atuou na 91.ª cerimónia dos Óscares em Hollywood e comentou a "a situação geral insustentável" no país de origem onde não entra há três anos
Mike Blake

Dudamel, que falou à margem da 91.ª cerimónia dos Óscares em Hollywood, considerou que o que está a acontecer é "terrível" e disse acreditar que "a maioria do povo pede uma mudança".

O maestro revelou que está fora da Venezuela há três anos e é considerado 'persona non grata' depois de ter assinado uma carta aberta de oposição "a tudo o que estava a acontecer".

Na passadeira vermelha antes da cerimónia, onde atuou com a Filarmónica de Los Angeles durante o segmento "In Memoriam", Gustavo Dudamel levou um 'pin' da bandeira venezuelana na lapela, como forma de prestar homenagem ao país e de chamar a atenção para o sofrimento do povo.

"Estamos muito perto deste pesadelo", descreveu o maestro, que é também diretor da Orquestra Sinfónica Simón Bolívar.


Dudamel afirmou que é preciso "respeitar" a vontade de eleições do povo, "senão é tirania" e "é isso que está a suceder no país".

O conhecido maestro mostrou-se ainda assim esperançado, referindo que "não há que perder a fé" e considerando que os venezuelanos devem seguir em frente para sair desta situação e lutar por um "país próspero e livre".

Gustavo Dudamel salientou ainda a importância da representação dos povos latinos na indústria cinematográfica e nas nomeações aos Óscares, afirmando que a tentativa de abertura da Academia está a resultar e há "mais espaços" para a diversidade.
"Ainda falta muito a percorrer, mas a nossa representação, dos latinos, está muito presente", afirmou, falando da celebração da identidade latino-americana.

"O mais importante é que se continue a mostrar o que somos, a nossa cultura", referiu, visto que tal permite maior "abertura" e constitui "uma mensagem muito importante num espaço como este".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.


Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceu Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.