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O relato dos dois homens que não conseguiram embarcar no avião que caiu na Etiópia

A queda de um avião da Ethiopian Airlines no domingo, em Adis Abeba, causou a morte de todos os passageiros a bordo.

O relato dos dois homens que não conseguiram embarcar no avião que caiu na Etiópia
Tiksa Negeri

Ao todo, morreram 157 pessoas de mais de 30 países, entre as quais 32 quenianos, 18 canadianos e sete britânicos. Mas dois homens que tinham bilhete para o voo com destino a Nairobi acabaram por não embarcar.

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"O meu dia de sorte"

Antes de saber da tragédia, Antonis Mavropoulos ficou zangado por ter perdido o voo e culpou os funcionários do aeroporto por não o terem ajudado a chegar a tempo à porta de embarque.

Segundo a BBC, o presidente da Associação Internacional da Resíduos Sólidos publicou um texto com o título "O meu dia de sorte", no qual revelou que tinha sido colocado no voo seguinte para Nairobi e que só descobriu da queda do aparelho quando foi impedido de embarcar no avião pelas autoridades.

Antonis Mavropoulos foi levado para ser interrogado e foi aí que lhe disseram que tinha sido o único passageiro com o check-in feito a não embarcar no avião da Ethiopian Airlines. Numa publicação no Facebook, o grego mostrou ainda o bilhete.

"O polícia disse me que em vez de protestar, eu devia agradecer a Deus."

Antonis Mavropoulos viajava para Nairobi para participar numa sessão do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. De acordo com a emissora britânica, pelo menos 19 das vítimas mortais eram afiliadas à ONU.

Voo atrasado

O atraso de um voo de ligação fez com que Ahmed Khalid perdesse o avião da Ethiopian Airlines com destino à capital do Quénia. Ao jornal The National, o residente no Dubai revelou que o atraso levou a companhia aérea a reagendar o seu bilhete para o avião seguinte e que soube da tragédia ainda no primeiro voo.

"Toda a gente estava a perguntar à tripulação o que estava a acontecer, mas ninguém dizia nada. Eles estavam só a andar de um lado para o outro, até que um dos passageiros viu que o avião tinha caído, seis minutos depois de ter levantado voo."

À sua espera em Nairobi estava o pai, que quando soube da notícia ficou em pânico ao pensar que o filho estaria no voo. No entanto, foi logo contactado por Ahmed Khalid que o acalmou, dizendo que nunca tinha chegado a embarcar no aparelho que caiu na capital da Etiópia.

Ahmed Khalid e o pai, em Nairobi
Baz Ratner

Modelo da Boeing envolvido em outro acidente

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A China suspendeu todos os voos dos Boeing 737 MAX 8. A companhia aérea etíope também decidiu deixar em terra o novo modelo da Boeing até que sejam concluídas as investigações sobre a queda do aparelho.

A Indonésia, que perdeu um avião igual em circustâncias semelhantes com 189 pessoas a bordo, anunciou entretanto que suspendia todos os voos com estes modelos.

Os acidentes aéreos mais graves da última década