Karen Mason é fotógrafa e voluntária na National Aubudon Society que se dedica ao estudo e preservação de aves.
No dia 20 de junho de 2019 estava na praia de Saint Pete Beach, em Tampa, na periferia da Florida, na costa leste dos EUA e, como habitual, tirava fotos a aves.
Nada de estranho - para além do lixo na praia - até que Karen fixa o olhar num momento aparentemente ternurento: um pássaro preto selvagem alimenta a cria.
A fotógrafa tirou inúmeras fotos, mas só em casa, após descarregar as imagens para o computador, é que se apercebeu do que realmente tinha captado.
"Eu sabia que não era um peixe, mas só em casa é que fui surpreendida" confessou Karen Mason, de 64 anos ao HuffPost que confessa que não chegou a perceber se o passarinho chegou mesmo a comer a beata, o que "significaria a sua morte".
A revolta a e a indignação levou Karen a lançar o alerta nas redes sociais e depressa foi contactada por televisões e órgãos de comunicação locais, que deram eco à história na imprensa norte-americana. O caso também despertou a atenção na Europa e relança o alerta para o lixo marinho e a ameaça que representam os cigarros para o ambiente.
"´É normal que os pássaros apanhem pequenos objetos do chão, como pedaços de madeira, mas nem sempre os comem. Espero, mesmo, que este passarinho tenha deitado fora a beata" afirmou Karen que não dúvidas que se a cria ingeriu, provavelmente irá morrer.
A epidemia dos cigarros
As beatas de cigarros são o item mais encontrado nas praias de todo o mundo – mais ainda que as palhinhas de plástico.
Pequenas, leves e da mesma cor da areia vão passando despercebidos numa lenta agonia de decomposição que demora entre 1 5 anos a desaparecer no ambiente. Facilmente levados para o mar vão poluindo os oceanos e largando químicos perigosos, presentes nos filtros que contêm plástico e nas colas das mortalhas, entre outras substâncias.
Segundo Cigarette Butt Pollution Project, uma campanha da escola de saúde pública da Universidade de San Diego, mais de 5.5 triliões de cigarros com filtros são deitados fora todos os anos, com consequência incalculáveis para o ambiente, fauna e flora.
“"Se não se precupa com as aves, pense nas crianças que também podem apanhar ou comer beatas" alertou Karen Mason que defende mais educação cívica e ambiental.
Os ambientalistas exigem, por isso medidas mais duras para travar a epidemia das beatas no ambiente como uma das mais relevantes fontes de poluição dos oceanos, a juntar aos plásticos e às palhinhas que nos últimos tempos foram alvo de uma campanha generalizada que já começou a surtir efeitos em inúmeras regiões do globo onde as palhinhas já são ou serão em breve proibidas.