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Dois elementos da campanha de combate ao Ébola mortos na RD Congo

De acordo com o Ministério da Saúde da RDC, os dois elementos eram objetos de ameaças desde dezembro de 2018.

Dois elementos da campanha de combate ao Ébola mortos na RD Congo
Baz Ratner

Dois elementos de comunidades locais envolvidos em campanhas de prevenção contra a epidemia de Ébola foram assassinados no este da República Democrática do Congo (RDCongo) na madrugada de domingo, indicou hoje o Governo congolês.

Os dois "agentes da resposta" foram mortos, "cada qual em sua casa", entre Beni e Butembo, na província do Norte do Kivu.

"Aqueles dois prestadores [de cuidados de saúde] eram objeto de ameaças desde dezembro de 2018", indicou, segundo a agência France Press, o Ministério da Saúde da RDC, num boletim diário sobre a epidemia que fez já mais de 1.650 mortos na região no período de quase um ano.

As pessoas mortas eram um chefe de rua e uma mulher que havia já sido atacada há algumas semanas e que apenas se tinha salvo nessa altura "porque tinha dado dinheiro aos assaltantes", detalha o boletim.

"De acordo com várias fontes, os assaltantes vivem no mesmo bairro que as vítimas, que provocavam a inveja dos vizinhos por terem encontrado emprego na resposta contra o Ébola", precisa o ministério.

O Ministério da Saúde e os seus parceiros, a começar pela Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiram implicar cada vez mais os habitantes e os seus representantes na luta contra as "resistências" da população na luta contra a epidemia.

As resistências incluem as medidas de prevenção e a vacinação, a hospitalização e os funerais ditos "dignos e seguros", que evitam os contactos com os fluidos contagiosos do defunto.

Um médico epidemiologista camaronês, enviado pela OMS no quadro da luta contra o Ébola, foi morto num ataque a um hospital em Butembo no passado dia 20 de abril.

Os centros de tratamento do Ébola de Butembo e de uma região sanitária vizinha foram ambos atacados.

Lusa