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Paris bate recorde de temperatura

Espera-se que a partir de sexta-feira as temperaturas voltem a descer.

Paris bate recorde de temperatura
Regis Duvignau

Paris atingiu hoje os 41 graus Celsius, batendo um recorde histórico, no meio de uma onda de calor extremo que está a afetar milhões de pessoas na Europa central, mas que deve terminar sexta-feira.

Os meteorologistas assinalam que esta é já a segunda onda de calor que cobriu a Europa, durante este verão, colocando em níveis máximos de temperatura cidades normalmente temperadas, como Londres, Berlim ou Paris.

Na capital francesa, os termómetros chegaram hoje aos 41 graus Celsius, às 14:00 locais (13:00 em Lisboa), superando o recorde de temperatura, desde que há contabilização validada, que datava de 28 de julho de 1947, quando Paris registou 40,4 graus Celsius.

No aeroporto de Heathrow, nos arredores de Londres, os termómetros chegaram aos 36,9 graus Celsius, tornando o dia de hoje o mais quente deste verão e um dos mais quentes desde que se começaram a registar as temperaturas (em 1865), com o recorde de todos os tempos a manter-se por perto, com 38,5 graus Celsius, atingidos em 2003.

Os serviços de meteorologia franceses já avisaram os parisienses, bem como os habitantes de cidades do centro e norte, como Lille ou Reims, para se prepararem para um aumento de temperatura, que pode chegar aos 43 graus Celsius, ao longo do dia.

A canícula assola a Europa central de forma persistente e continuada desde o início desta semana e levou os serviços de proteção civil a aumentarem os níveis de alerta de calor intenso em diversos países.

A persistência do calor extremos é considerada muito perigosa, sobretudo para a população mais idosa, e estão a ser feitos vários alertas para as situações de smog (situação criada pela combinação de poluição atmosférica e fumaças), especialmente nas cidades de forte densidade populacional que estão a ser atingidas.

Londres atingiu hoje os 39 graus Celsius e zonas da Bélgica, Holanda, Alemanha, Luxemburgo e Suíça registam temperaturas superiores a 40 graus Celsius.

Os institutos de meteorologia europeus estão igualmente a registar a deterioração da qualidade do ar em algumas regiões e alertam para a amplificação dos danos provocados pela poluição, nestas condições de canícula, com consequências como a irritação de olhos, nariz e garganta.

Em algumas regiões da Alemanha, Suíça e Áustria, pouco habituadas a estas condições climatéricas, comunidades pintaram trilhos em branco, nas ruas, na esperança de que a cor da luz diminua a temperatura em alguns graus.

Espera-se que a partir de sexta-feira o fenómeno de canícula extrema se extinga, com a chegada à Europa central de uma frente fria que atravessou o Atlântico e que hoje deixou Portugal continental com uma descida de temperaturas e queda de chuva em várias regiões.

Os cientistas climáticos dizem que estas situações de canícula extrema se podem vulgarizar em várias partes do mundo.

Nunca como agora as temperaturas globais aumentaram de forma tão rápida, provocando distorções no comportamento climático global, segundo estudos publicados recentemente pelas revistas Nature e Natura Geoscience.

Lusa