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13,1 milhões de moçambicanos chamados hoje às urnas

A Comissão Nacional de Eleições anunciou já ter credenciado cerca de 19 mil observadores, havendo ainda pedidos pendentes.

Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos são hoje chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

As sextas eleições gerais de Moçambique contam com quatro candidatos presidenciais: o atual Presidente da República, Filipe Nyusi (Frente de Libertação de Moçambique – Frelimo), que concorre a um segundo mandato; o novo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade; o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, este último com uma campanha limitada a alguns pontos de Nampula, província do Norte.

Às eleições legislativas e provinciais apresentaram-se 26 partidos, mas só os três partidos com assento parlamentar no país (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem nos 11 círculos eleitorais do território nacional, que se estende por 2.000 quilómetros, mais dois círculos da diáspora (África e resto do mundo).

Pela primeira vez, o ato de hoje envolve a eleição dos governadores das 10 províncias do país, que serão os cabeças-de-lista mais votados dos partidos concorrentes.

A eleição dos governadores provinciais é uma velha aspiração da Renamo (principal partido da oposição), para tentar chegar ao poder nas regiões, e decorre da aprovação de um novo pacote de descentralização, no âmbito das negociações para o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, assinado no dia 06 de agosto entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade.

Como em ocasiões anteriores, também este ano a violência marcou a campanha eleitoral, tendo sido registado pela Polícia da República de Moçambique (PRM), até esta segunda-feira, um total de 19 mortes, dos quais uma parte decorrentes de acidentes de viação. Organizações de observação apontam no entanto para cerca de 40 mortes entre acidentes de viação, confrontos e ataques envolvendo membros de diferentes partidos ou pessoas ligadas ao processo eleitoral.

O caso que motivou repúdio generalizado aconteceu na segunda-feira, dia 7, quando um grupo de polícias terá perseguido e matado a tiro um dirigente de uma organização e observador eleitoral, reacendendo o debate sobre outros homicídios de figuras públicas críticas do poder e que nunca foram julgados.

Na província de Cabo Delgado, 10 mesas de voto, onde estão inscritos 5.400 eleitores, não vão abrir devido à destruição provocada pelos ataques armados que têm atingido aquela região do norte do país.

A votação vai decorrer em todo o país das 07:00 até às 18:00 (menos uma hora em Lisboa), sendo que cada mesa de voto só encerra quando for atendida a última pessoa que àquela hora estiver na fila para votar.

Haverá 20.162 mesas de voto em território moçambicano, mais 407 no estrangeiro.

Lusa